Crônicas do Isolamento -- Fica em casa!

Os dias de sol à pino e céu azul são um grande convite para a liberdade. Difícil manter a mente focada na ordem de ficar em casa, com o calor do outono e as cores tão vivas lá do lado de fora chamando. Mas até um dia nublado e chuvoso - em tempos em que sair não é uma opção - me trazem a vontade de ir para a rua (adoro banho de chuva!).
Só que é preciso ficar em casa.

Acorda, abre a janela, dá uma espiadinha nos arredores, respira fundo... aquele sorriso para o sol dando um alô e um bom dia. Aí vem o primeiro bug do cérebro: - mas tem um monte de gente lá fora!

Não consigo entender. 
A não ser pelas pessoas que trabalham nos serviços essenciais e que precisam manter a rotina de idas e vindas; a não ser por aqueles que - infelizmente - precisam manter qualquer atividade que gere remuneração em andamento, senão não conseguem se manter comendo e morando; a não ser por aqueles que precisam sair por um momento para comprar remédios, insumos ou o básico necessário para se manter em casa depois. Para os demais, não vejo justificativa. 
- Ah, eu moro perto da praia e só vou dar uma corridinha. Não, não vai!
- Ah, eu preciso sair para me manter lúcido. Todo mundo precisa!
- Ah, se eu não for na rua e caminhar uns minutinhos, não sobrevivo. Isso, não mesmo, porque o vírus tá por aí, forte e invisível.
O grande problema é que esse egoísmo tem um impacto que não é só em você, querido e querida.

Eu estou em casa por mim, pelos meus e, acredite, por você também.
Eu estou em casa para que os profissionais de saúde possam estar na linha de frente com um pouquinho menos de risco.
Eu estou em casa para que os profissionais dos mercados, das farmácias, das entregas, do transporte público... possam ter um mínimo de segurança a mais. 

É tão simples e tão óbvio: agir pelo bem coletivo é a ÚNICA maneira de te proteger individualmente. Ou você acha que têm uma capa protetora intransponível pelo vírus??
Nem uma gripe é "só uma gripezinha", imagina então uma epidemia que já atingiu tantos pelo mundo todo, causada por um vírus que tem um potencial brutal de alcance e de estrago.

Não cabe somente se firmar na segurança de que você tem uma saúde de ferro. Não cabe apenas considerar que você não tem uma doença preexistente ou que não está no grupo de risco.
Por exemplo, eu, pessoa com diabetes tipo 1, posso ser menos vulnerável do que você, porque minha saúde vai muito bem, obrigada.

Vou te dar uma sugestão bacana e bem fácil: pense no outro.
Uau!!!! Olha que incrível!
Pense no seu vizinho, no atendente do mercado, no entregador do restaurante, no porteiro do seu prédio. Pense na sua mãe ou na sua avó, que pode ser impactada pela sua exposição excessiva. Pense no seu filho ou no seu sobrinho. Pense na sua família. Pense em quem você quiser, mas que seja além do seu próprio umbigo.

Fica em casa!
O "um por todos" nunca fez tanto sentido.





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