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Mostrando postagens de junho, 2021

Crônicas do Isolamento -- "Com quantos reais se faz uma realidade?"

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E vacina, rima com propina? No Brasil parece que sim!  Se saber da recusa pela oferta de vacinas revolta, revolta ainda mais saber que do outro lado da moeda a motivação passa por doses extras de maldade.  Em português claro, tudo leva à comprovação do genocídio (já pode falar essa palavra?) pelos governantes. Se a vacina tivesse chegado logo que nos foi oferecida, não teríamos tantas perdas.  Se a orientação e os recursos de prevenção tivessem sido oferecidos à população, não teríamos tantas perdas.  Um dólar.  1.  Fazendo a conversão para câmbio do dia, R$ 4,97.  Sabe quanto custa a insulina? Sabe quanto custa uma tirinha para medir a glicose? Sabe quanto custa uma agulha ou uma seringa?  Custa muito! Custa uma vida. E sabe quanto custa uma vida? Quatro reais e noventa e sete centavos foi o que custou a vida de cada uma das quinhentas e dezoito mil e sessenta e seis pessoas desse país tropical que tiveram as vidas interrompidas pela irresponsabilidade e pelo egoísmo desse monte de la

Crônicas do Isolamento — De encontro, amor e glicemia…

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Aqui somos assim: vó, três filhas, duas netas. Imaginem quando chegou a notícia que o bebê que ia chegar seria um menino?!  Já reinou em absoluto desde a barriga! Ana e eu (as duas netas) somos muito unidas. Parceiras mesmo. Conectadas em todos os sentidos… e, em tempos pandêmicos, mais ainda pelo telefone e pelas redes. Hooooras falando! Se deixar, a gente não para. Lucca, filho dela, é meu afilhado. Meu pirralho! Que quando, aos 3 anos, acompanhou meu diagnóstico, entendeu dentro do que era do alcance dele e me perguntava se eu já tinha “tomado insulina no bigo”.  Bigo, o umbigo, era referência à barriga. Nunca escondi nada. Na verdade, nunca me escondi para nada relacionado ao meu tratamento do diabetes. O diabetes, como já foi muitas vezes repetido desde que a pandemia chegou, nos coloca dentro do grupo de risco. E por isso, nos afastamos. Cada uma no seu canto, por amor e proteção. Agora, a vacina trouxe esperança e um alívio no peito! E, com todos os cuidados, decidimos nos encon

Crônicas do Isolamento -- Eu sinto muito...

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Lanço aqui um desafio para você: e se você dependesse de uma 'vacina' diariamente para sobreviver? Imaginou? Sentiu na pele?    Substitua a vacina por insulina, adicione mais algumas doses ao dia e pronto: prazer, essas somos nós, pessoas com diabetes. Temos no Brasil um grande histórico de sucesso com campanhas de vacinação e erradicação de doenças endêmicas. Agora, por conta de tantos absurdos e notícias falsas que seguem sendo espalhadas, as pessoas têm uma resistência em encarar de frente o único recurso que salva conta a covid-19, a vacina.  Não entendo.  Medo de reações? Todas as vacinas são passíveis de reação.  Medo de que seja inserido um chip de controle em você? Sério, não me dou nem ao trabalho de comentar...  Medo de virar jacaré? "Cuidado com a Cuca que a Cuca te pega". Gente, eu sei que nem nos piores pesadelos alguém podia imaginar que viveríamos uma pandemia. Até então, isso era uma história de ficção que lotava os cinemas.  Mas a realidade está escan

Abre aspas...

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Tudo pode mudar, dependendo da maneira como as coisas são ditas.  E essa é daquelas teorias que valem para qualquer assunto ou situação. Hoje fui fazer os exames periódicos da empresa.  Nada demais, controle padrão. Mas em uma das etapas, justamente na conversa com a clínica geral, ela me pergunta, sem qualquer delicadeza: "tem doença?". Eu levei um susto. Cheguei a ficar alguns segundos repassando a pergunta para entender se eu tinha ouvido corretamente...  Respirei e respondi: tenho um diagnóstico de diabetes tipo 1.  Não tenho problemas em assumir meu DM por aí. Nunca tive e nunca fiz isso. Só que também nunca me vi ou me considerei doente. Tenho uma condição de saúde que requer cuidados. E não, isso não é negação. É a minha maneira de enxergar o diabetes. Se eu não me cuidar e não seguir o meu tratamento como devido, aí sim posso ficar bem doente.  Para deixar claro o que eu quero dizer, durante o mesmo exame, quando fui conversar com a psicóloga, a pergunta foi feita de