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Mostrando postagens de outubro, 2021

Quando falta educação, sobra preconceito!

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Quando ouvi da minha endócrino o meu diagnóstico de diabetes tipo 1, chorei. Chorei muito!  E sabe por que? Porque eu não sabia, de fato, o que aquilo significava. Achava que eu teria que parar a minha vida, que não poderia mais viajar, tocar tamborim, passear livremente. O motivo do meu choro não era o diagnóstico em si, mas o medo.  O medo do que eu não sabia. E quando a gente não sabe, a gente perde o racional. Sabe o que resolve isso? Informação. Educação. Nesse momento de choro, fui acolhida pela minha endócrino e pela minha ginecologista (que foi quem, de início, já desconfiava dos resultados dos exames e me encaminhou para a endocrinologista... tem mais sobre isso aqui, ó: Senta que lá vem história ). Ali, de imediato, eu entendi que não estava sozinha.  Foi assim que eu 'aprendi' a ter diabetes, a ser diabética: com acolhimento. Ouvi, fui ouvida.  O tratamento seria adequado à minha rotina, e não o inverso.  Jamais tive que mudar meu dia a dia em função da minha condiçã

Crônicas do Isolamento -- Resista!

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Eu nunca me imaginei circulando por aí usando máscaras que não fosses as de Carnaval (que eu adoro!). Essa, com requisitos específicos de proteção, elásticos que pegam atrás das orelhas, até então me remetiam somente à médicos, profissionais de saúde…  Via imagens que vinham do Japão e, apesar de entender o conceito por trás da escolha - se um estava doente, cabia a esse um proteger os demais e por isso saía de máscara - eu só conseguia pensar em como aquilo devia ser desconfortável. A pandemia chegou e a máscara veio como boia salva-vidas: era o que se tinha de mais seguro na tentativa de nos proteger do vírus. Um mês. Seis meses. Um ano… Durante todo esse tempo, acompanhando as notícias, os novos casos, o número triste e absurdo de perdas, as máscaras foram permanecendo, se tornando cada vez mais e mais necessárias.  E eu, que achava que seria passageiro e logo não precisaríamos mais delas, fui me acostumando na marra.  Um ano e meio e seguimos. Se é o que temos para trazer mais segu

Procure saber!

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Um pedido de doação de insulina nunca é em vão. Vindo de uma mãe então, é caso de extrema urgência, pode contar! Eu não tenho insulina sobrando.  Compro as minhas e aproveito descontos para abastecer o estoque sempre que posso. Mas a verdade é que eu não tenho faltando. Ela sim. Uma mãe. O pequeno de 10 anos com 13 unidades de insulina na caneta e nada mais.  Nas farmácias ela não encontrou. Nem sempre é fácil. Se não é fácil na zona sul, imagine na baixada do Rio de Janeiro...  E aqui não quero fazer nenhuma ode à melhor ou pior condição de vida, não. Quero somente mostrar a realidade que se repete por bairros e cidades desse Brasil. Conversei com a mãe - nunca tínhamos nos falado antes - e em poucos minutos vi a grandeza dessa mulher!  Muito além do próprio filho, ela já se movimentou por entender o quanto falta de tratamento, educação e informação onde moram.  Chamou um vereador do município, explicou a situação e apresentou a proposta de desenvolvimento de um projeto social que vis

Crônicas do Isolamento -- A insistência pelo que é devido...

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O sujeito que ocupa a presidência do país sai daqui e vai explanar lá na ONU o monte de baboseira que ele não se cansa de repetir.  Antes da volta, o Ministro da Saúde - depois de xingar as pessoas através de gestos - é diganosticado com covid. O outro vai na CPI e faz marketing da sua rede de lojas.  Enquanto tudo isso acontecia, seguia-se a investigação sobre a empresa que obrigou a médicos que usassem medicamentos inúteis em pacientes internados e, depois, os obrigou a alterar certidões de óbito.  Ah, sem esquecer sobre o ganho de dinheiro do excelentíssimo Ministro da Economia em um paraíso fiscal…  É impressionante a capacidade que eles têm de se superar na arte de fazer o mal-feito. Nem em uma trama de filme ruim seria possível tantos absurdos de uma vez! O número de ocupação das UTIs está caindo.  De acordo com dados do consórcio de imprensa que vem monitorando o avanço da pandemia no Brasil, dos pacientes com coronavirus  internados atualmente, 94% deles se recusaram a tomar a

Mil vezes coragem!

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Desde o dia um desse Insulina Portátil escuto títulos que me vão sendo dados e, confesso, ainda tenho dificuldade em aceitar. Blogueira.  Influenciadora. Educadora.  No fundo, me vejo somente como uma igual.  Como quem quer dividir o que aprende por acreditar que os outros podem aprender também. Por acreditar, principalmente, que é preciso mudar esse peso que é dado ao diabetes, ao diabético.  Não somos um diagnóstico.  Não somos uma doença. Não somos as complicações que podem vir pela falta de educação e acesso adequados.  Somos força! Mais força do que quem não tem a condição pode imaginar. Uma força que nem sempre desperta com a gente, mas que renasce a cada verificação de glicemia que começa com o 'bom dia'. Uma força que rege cada decisão, inclusive as erradas. Porque haja coragem para chutar a quantidade de carboidratos e esperar só mais um pouquinho para ver se a glicemia abaixa sem aplicar mais insulina... Haja coragem para encarar uma hipoglicemia de queixo erguido enq