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Mostrando postagens de março, 2021

Crônicas do Isolamento -- Socorro...

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~ socorro, eu não estou sentindo nada nem medo, nem calor, nem fogo não vai dar mais pra chorar  nem pra rir ~ Vinte e quatro horas: três mil cento e cinquenta e oito. Eu não sei mais o que sentir.  Raiva Tristeza Decepção Vergonha Um governo que leva vidas, dia pós dia.  Que recusou ofertas de vacinas e pôs em cheque uma população inteira pela ganância e por pirraça. Que questionou a ciência e promoveu remédios sem eficácia.  Estamos em um país com uma das maiores eficiências do mundo em campanhas de vacinação. E, por incompetência e egoísmo das ditas autoridades máximas desse país, hoje se registra um dos maiores recordes de mortes por covid diariamente. As vacinas estão chegando e isso é um alento.  Não tem a velocidade e o alcance na urgência que é preciso, mas estamos avançando em números de pessoas imunizadas.  Por outro lado, seguimos sem políticas públicas sociais e de saúde que permitam que nosso povo se proteja adequadamente.  Ônibus lotados. Trens lotados.  Auxílios emergenc

Há doze anos, todo dia!

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Ainda celebro uma glicemia na meta. Ainda me irrito com uma glicemia alta. Ainda acho um saco acordar no meio da noite quando sinto que estou com hipo.  Ainda agradeço por sentir cada sintoma dessas hipos! Ainda tenho preguiça de furar o dedinho.  Ainda perco sensor batendo o braço na porta. Ainda fico apreensiva a cada jejum para o exame de sangue. Ainda fico ansiosa com o resultado da glicada. Ainda lembro do quanto eu me assustei por falta de conhecimento.  Ainda lembro de como achei que tomar injeção era sinônimo de um diabetes grave. Ainda lembro do medo que eu tive de perder a minha liberdade. Ainda lembro de todo o acolhimento que eu recebi! Ainda leio livros e pesquisas sobre a condição.  Ainda penso que educação em diabetes é o melhor caminho.  Ainda fico indignada pela falta de acesso ao tratamento para tantos. Ainda acredito que um dia a cura vá chegar!! São 12 anos desde aquele "você tem diabetes tipo 1". E eu ainda sou uma aprendiz.  Diabetes não é fácil. Diabete

Crônicas do Isolamento -- Achismo não é ciência!

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Quarentena. 1 ano. 365 dias depois daquele primeiro dia de quarentena e do início do home office, consigo perceber e entender claramente o porquê dos medos que eu sentia um ou dois meses depois do isolamento ter começado.  O choro excessivo quando falava com a minha mãe, a raiva a cada pessoa que eu via resistindo às medidas de segurança que vinham sendo propostas... Ouvir o jornal declarar 14 mortes em um dia me machucava. Ouvir quando alcançamos um total de cerca de 4.500 vidas perdidas me machucou. E hoje, ver que continuamos subindo nessa escala triste de histórias encerradas por falta de uma governabilidade correta e humana, por falta de políticas públicas de verdade e de ações pelo coletivo me machucam ainda mais.  Tenho medo sim.  Medo por mim, pela família, pelos meus amigos.  E quer saber? Respeito meu medo! Tenho medo de ter COVID e não saber como meu organismo vai encarar. Medo de ter COVID, precisar ficar internada e não saber como vai ser a gestão do meu diabetes num hospi

#CanetadaSaúde

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A  Lei 11.347 de 27 de setembro de 2006  dispõe " sobre a distribuição gratuita de medicamentos e materiais necessários à sua aplicação e à monitoração da glicemia capilar aos portadores de diabetes inscritos em programas de educação para diabéticos ". E no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para tratamento do diabetes estão definidos todos os medicamentos e insumos incluídos na cobertura do SUS.  Quando a gente junta o que a Lei estabelece e a educação em diabetes, com destaque para o conhecimento adquirido sobre qualidade de vida para pessoas que convivem com o diabetes, a gente pode conseguir mais. Foi assim com os  análogos de insulina de ação rápida  e vai ser assim com tanta coisa que sabemos que ainda precisam melhorar!  Associações de pacientes à frente e uma força de gente que tem um pâncreas meio capenga no corpo, consultas públicas, campanhas, processos...  Foi assim que, após da aprovação do uso dos análogos de curta duração, o  SUS adotou as insul

Crônicas do Isolamento -- O peso e o pesar de uma Pandemia

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1.726 vidas perdidas em 24h.  Se iniciou um novo março, em um novo ano, e a situação de destruição causada inicialmente por um vírus é ainda maior do que naquele março de 2020 em que a gente ainda colocava em dúvida a capacidade de alcance do tal covid-19. Se a máscara incomoda, incomoda ainda mais saber que a contaminação anda tão desenfreada.  É aqui que entra a minha justificativa para aquele "inicialmente" colocado ali em cima.  No início, não sabíamos ainda o verdadeiro potencial de fatalidade e de alcance do vírus. No início, não sabíamos ainda que a pandemia duaria tanto tempo.  Por isso, no início, o que nos cabia era ouvir as instruções e seguir conforme o protocolo. E, ao que parece, isso ficou lá no início... Hoje em dia, numa saída rápida para ir ao mercado, vejo pessoas inovando com o uso da máscara: tem no queixo, pendurada na orelha, até no cotovelo! E ouvi recentemente médico que continua defendendo coquetel de medicamento que não tem eficácia.  O que falta pa