Saúde em jogo?!

Não tenho dúvida que a tecnologia e os aplicativos hoje tem crescido e se expandido para todas as áreas e a medicina não fica de fora. Só sobre o diabetes temos redes sociais, aplicativos para ajudar no controle da glicemia, glicosímetros que se conectam aos telefones celulares e por aí vai.

Dentro desta linha, dois médicos da Universidade Estadual de Londrina lançaram um jogo online que, segundo eles, visa auxiliar os médicos das unidades de atendimento básico de saúde na administração de insulina aos pacientes com diabetes, o InsuOnLine: "como se trata de uma ferramenta de ensino, optamos por montar um game bastante direcionado ao tópico que queremos ensinar: manejo de insulina no diabetes em um contexto de Atenção Primária à Saúde (ou seja, na Unidade Básica de Saúde), especialmente em pacientes com diabetes tipo 2, que correspondem a mais de 90% dos casos de diabetes. Conversamos muito sobre isso no início do projeto, e a equipe decidiu que incluir a discussão de outros pontos do tratamento do diabetes, igualmente importantes (como a dieta, exercício, uso de drogas orais, etc.) poderia acabar distraindo o usuário do game e atrapalhando o seu aprendizado sobre o assunto que queremos ensinar: insulina."

Um dos responsáveis pelo projeto explica, nesse vídeo, a motivação pelo desenvolvimento do InsuOnLine, e destaca que há diferentes fases, subindo o nível das questões apresentadas:


O jogo foi premiado na Copa de Inovação da Microsoft, em 2013, e passou por um teste no qual dois grupos participaram de treinamentos em paralelo, sendo um por métodos tradicionais e o outro utilizando o game.

Não sou especialista e nem pretendo julgar ou avaliar temas que eu não conheço a fundo... mas apesar da intenção ser diretamente a aplicação de insulina, como eles destacam, acho muito estranho que este ponto seja isolado dos demais que interferem no controle da glicemia e, consequentemente, na dosagem necessária de medicamento a ser administrado (dieta, atividades físicas, medicamentos...).

E, pessoalmente, não gostei da apresentação do jogo (também está disponível em vídeo...).

Sem querer ser cartesiana, não fiquei muito convencida sobre a ferramenta, apesar de não ter nenhuma posição de algum usuário, seja positiva ou negativa.
Mas num momento em que se busca estreitar laços entre médicos e pacientes, substituir uma aula por um game, tirando o espaço para maiores discussões reais sobre casos clínicos não me soa bem - sem contar que os tratamentos não podem ser pré-estabelecidos e aplicados de maneira uniforme a cada paciente...


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