Hipo sem crise!

Quando alguém me pergunta, aleatoriamente, qual é o meu maior medo em relação ao diabetes, a resposta é imediata: hipoglicemia. 

Lembro claramente da primeira hipo que tive (já sabendo do que se tratava) no dia seguinte ao do meu diagnóstico. 
Enjoo, uma sensação de fraqueza, de que eu não ia conseguir andar se tentasse levantar. 

A partir dali, comecei a prestar atenção às sensações que me avisam que a glicemia está despencando: suor frio, mãos trêmulas, corpo não querendo me obedecer. É medir e confirmar: 60mg/dL, 72mg/dL; 45mg/dL... do que eu me lembro, a hipoglicemia mais complexa que eu já registrei foi de 34mg/dL.

E aí tem a regra dos 15g de carboidratos. 
Até 70mg/dL, essa é a quantidade indicada de carboidratos simples (aqueles que agem mais rápido para fazer a glicemia subir, como suco, refrigerante, mel...). O problema é que na hora que o corpo descompensa com hipo, a razão vai embora. O resultado é que eu comia tudo que estivesse pela minha frente! Coca-cola com chocolate com pão e requeijão e por aí vai!
 
Da hipo eu saía para um rebote daqueles. Resultado: o glicosímetro me mostrava a doçura batendo a casa dos 200mg/dL.

Hipoglicemia é crítico. 
Eu agradeço sempre por sentir os sintomas que me fazem identificar a hipoglicemia, apesar de todo o desconforto que esses sintomas me causam. 
Sei de casos complexos de pessoas que se acidentaram, que ficaram inconscientes por hipoglicemias severas. 

Foi preciso um longo processo para que eu conseguisse encarar uma hipo com calma, esperando o o tempo passar depois de comer ou beber algo de ação rápida para compensar aquela queda brusca de glicose no sangue. 

Conseguir me manter calma e monitorando a glicemia antes de devorar o que passasse na minha frente não foi fácil, mas já evoluí bastante. 
Hoje já consigo evitar os rebotes, hoje já consigo manter o racional e 'lembrar' que se eu já tomei um suco ou um refrigerante a glicemia vai voltar ao normal.

Assim como é complexo para mim, sei que também é uma situação de angústia para muitos outros que convivem com o diabetes. 
Por isso, achei a iniciativa da Novo Nordisk em desenvolver a ação educativa 'Hipo sem Crise', muito apropriada e importante. 
Porque no dia a dia, a gente acaba deixando, mesmo sem querer, o medo assumir o lugar da razão. A verdade é que uma hipoglicemia pode afetar a função cognitiva... 

Precisamos ouvir de quem sabe quais são os procedimentos corretos e eficazes para evitar e reagir à uma hipoglicemia.

Na live realizada no finalzinho de outubro, a médica endocrinologista Monica Gabay destacou um ponto que merece atenção: "hipoglicemia não é para ser tratada somente de imediato, é importante considerar o que ela pode ocasionar a longo prazo". 

Desse conceito é que vem o meu foco! Eu sei que a doçura descompensada pode aumentar o risco para o desenvolvimento de uma complicação.

A educação em diabetes, os anos de diagnóstico, a busca constante por informações. É esse pacote aí que traz o melhor controle!


Vocês sabem quais são?
Os mais comuns são tontura, palidez, tremor, suor, enxaqueca, sonolência e confusão mental.


Um detalhe curioso e sério: se uma pessoa passa mais tempo com a glicemia alta, quando abaixa para os níveis considerados como ideais para o controle (100mg/dL, 140mg/dL…) ela pode sentir os sintomas de uma hipoglicemia mesmo sem estar com a glicose baixa.

A recomendação máxima e mais segura em casos de variação glicêmica e hipoglicemias é procurar um médico.

Ah, e a monitorização da glicemia é a grande e maior ferramenta que a gente tem! 
O autocuidado é uma prática constante. Pratique!!





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