Crônicas do Isolamento - - “portas em automático”

Adoro arrumar uma malinha para viajar! Faço com prazer. Nesse processo já começo a viagem da vez, pensando onde devo ir, o que tem de novo para conhecer, como estarão os dias…

Agora, nesse momento ainda pandêmico, tudo era novo, desde a arrumação da mala até o fato de estar novamente circulando em um aeroporto.

As férias curtinhas serviriam para voltar à sala de embarque.
Floripa no radar! 
A chance de rever a minha Sis, a prima, os amigos; um lugar que eu já conheço e, por isso, não traria aquela ansiedade de ter que sair e explorar a cidade.

Comprei a passagem com uma alegria que não sei nem descrever. 
Quando a data foi se aproximado, eu ainda estava um tanto descrente que ia encarar um avião - fechado, praticamente aglomerado - após todo esse tempo de reclusão.

E eu, que sempre viajei levando meus insumos com a maior tranquilidade, me vi super preocupada pensando se poderia ter algum questionamento.
Insulina basal extra, insulina de ação rápida extra, sensor extra, glucagen, agulhas, lancetas. Tudo devidamente dividido entre a mochila que ia a bordo (lembrando que a insulina deve ir sempre na bagagem de mão) e a mala que seria despachada.
Na dúvida, resgatei minhas últimas receitas médicas. Coloquei uma dentro da mala com as agulhas e a outra veio em mãos junto com a bolsinha térmica. 

Cheguei cedinho no aeroporto - meu voo era 08:30h - já com o check in feito. Fila, aeroporto bem movimentado.

Uma observação bem importante: ninguém me pediu comprovação de vacinação! Imaginei que pediriam logo no check in, mas não foi solicitado em nenhum momento.

Fui para o embarque e no raio x a mocinha me parou: “senhora, precisamos verificar sua mochila”.
Um alarme falso: confundiram a caneta de insulina com um cigarro eletrônico. 
Segui e fui para o portão de embarque. Status: voo atrasado.
2h.
+1h.
No total foram 4h de atraso!

Nesse período fiquei trabalhando, tomei um café, depois outro até que, finalmente, foi anunciado o embarque.

Que estranho estar num avião. Eu, sinceramente, achei que levaria mais tempo até isso acontecer.
A recomendação da companhia aérea era que as máscaras deveriam ser do tipo KN95, mas na realidade vi muitos de máscaras de pano.

O voo foi tranquilo, sem serviço de bordo, sem permissão para tirar a máscara.
Dos comissários, eventualmente, eu ouvia a orientação para que algum passageiro colocasse a máscara corretamente “cobrindo boca e nariz”.

Nem dormi!!
Que ansiedade.
Para ver o mundo do alto, para atravessar as nuvens.
Para chegar logo, para celebrar a primeira viagem depois desse intervalo forçado sem emitir um cartão de embarque… 

Glicemias incríveis durante o voo já sinalizavam o quanto essa volta aos ares estava me fazendo bem.
Cheguei é só agradeço por estar aqui com saúde, resgatando os encontros e os prazeres que ficaram guardados durante a pandemia.

Ainda não acabou de fato.
Ainda não temos a população toda vacinada.
Ainda não me sinto absolutamente segura para estar sem máscara mesmo em ambientes abertos.

Mas sigo um dia de cada vez, reaprendendo a ser social. A estar sociável. 
A acreditar que melhores dias estão a caminho. 


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