Crônicas do Isolamento -- Socorro...
~ socorro, eu não estou sentindo nada
nem medo, nem calor, nem fogo
não vai dar mais pra chorar
nem pra rir ~
Vinte e quatro horas: três mil cento e cinquenta e oito.
Eu não sei mais o que sentir.
Raiva
Tristeza
Decepção
Vergonha
Um governo que leva vidas, dia pós dia.
Que recusou ofertas de vacinas e pôs em cheque uma população inteira pela ganância e por pirraça.
Que questionou a ciência e promoveu remédios sem eficácia.
Estamos em um país com uma das maiores eficiências do mundo em campanhas de vacinação.
E, por incompetência e egoísmo das ditas autoridades máximas desse país, hoje se registra um dos maiores recordes de mortes por covid diariamente.
As vacinas estão chegando e isso é um alento.
Não tem a velocidade e o alcance na urgência que é preciso, mas estamos avançando em números de pessoas imunizadas.
Por outro lado, seguimos sem políticas públicas sociais e de saúde que permitam que nosso povo se proteja adequadamente.
Ônibus lotados. Trens lotados.
Auxílios emergenciais quase nulos.
Valores que não cabem numa vida real.
Ou se alimentam ou moram.
Ou compram remédio ou pagam uma conta.
O problema é que viver com o OU no meio também pode ser fatal.
Tão fatal quanto o vírus...
Não tem a velocidade e o alcance na urgência que é preciso, mas estamos avançando em números de pessoas imunizadas.
Por outro lado, seguimos sem políticas públicas sociais e de saúde que permitam que nosso povo se proteja adequadamente.
Ônibus lotados. Trens lotados.
Auxílios emergenciais quase nulos.
Valores que não cabem numa vida real.
Ou se alimentam ou moram.
Ou compram remédio ou pagam uma conta.
O problema é que viver com o OU no meio também pode ser fatal.
Tão fatal quanto o vírus...
Aquele planejamento inicial de vacinar grupo de risco logo depois dos idosos, já nem escutamos mais falar.
Todo dia me perguntam: quando é a sua vez?
Não sei. E evito até pensar nisso, para não gerar (mais) uma ansiedade em torno disso tudo.
Espero, enquanto agradeço e reconheço meu privilégio de poder ficar em casa trabalhando e me cuidando adequadamente.
Não sei. E evito até pensar nisso, para não gerar (mais) uma ansiedade em torno disso tudo.
Espero, enquanto agradeço e reconheço meu privilégio de poder ficar em casa trabalhando e me cuidando adequadamente.
A glicemia segue muito bem monitorada! Se tem uma coisa que eu não abro mão é de dar aquela verificada na doçura. Seja no meio de uma reunião, seja nos dias de folga entre um episódio e outro da série do momento.
Não é fácil manter o melhor controle sempre.
É cansaço do dia cheio entre os afazeres de casa e as tarefas dos projetos do trabalho, é ansiedade por ver o caos com a pandemia no Brasil (e olha que eu evito assistir a todos os jornais), é emoção pura a cada foto de Mamy e tias recebendo as primeiras doses (viva o SUS e a ciência!!), é a preguiça tomando conta e me fazendo trocar um jantar equilibrado por uma pizza...
~ qualquer coisa que se sinta
tem tanto sentimento, deve ter algum que sirva ~
Em tempos sombrios, me faço valer das palavras de Alice Ruiz tão bem interpretadas pela eterna Cássia Eller, e assim eu sigo.
Entre a insulina e o chocolate.
Entre a inércia e o rompante por alguns minutos de exercício.
Entre o desejo mais profundo de que a vacina alcance a todos e a mesma proporção desse desejo de que aquele verme que ocupa a cadeira de presidente desse país tropical seja expulso da galáxia. (é #genocida que não pode falar, né?)
Vou entre os quilinhos a mais e os shorts justinhos.
Entre a consciência de ter que dormir mais cedo e só mais aquela página do livro.
Entre a contagem de carboidratos e a decisão de que 'é só um pãozinho com requeijão, nem preisa aplicar'.
Entre as hipos e os unicórnios.
Entre a esperança e a saudade.
Quarentena, dia 374.
Um dia de cada vez nesse malabarismo, sem culpa.
Na vida e no diabetes!
Se cuidem.
Se protejam.
Peçam ajuda.
Peçam ajuda.
Vai passar.
Comentários
Postar um comentário