#CanetadaSaúde
A Lei 11.347 de 27 de setembro de 2006 dispõe "sobre a distribuição gratuita de medicamentos e materiais necessários à sua aplicação e à monitoração da glicemia capilar aos portadores de diabetes inscritos em programas de educação para diabéticos".
E no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para tratamento do diabetes estão definidos todos os medicamentos e insumos incluídos na cobertura do SUS.
Quando a gente junta o que a Lei estabelece e a educação em diabetes, com destaque para o conhecimento adquirido sobre qualidade de vida para pessoas que convivem com o diabetes, a gente pode conseguir mais. Foi assim com os análogos de insulina de ação rápida e vai ser assim com tanta coisa que sabemos que ainda precisam melhorar!
Associações de pacientes à frente e uma força de gente que tem um pâncreas meio capenga no corpo, consultas públicas, campanhas, processos...
Foi assim que, após da aprovação do uso dos análogos de curta duração, o SUS adotou as insulinas em forma de caneta, em vez de frascos e seringas.
Não é para todo mundo - menores de 16 anos e maiores de 60 - e para ter acesso é preciso apresentar laudo, relatório de glicemias, exames e autorizações específicas, além das prescrições médicas.
(aqui tem todos os detalhes)
Mas sim, é um super avanço.
Por outro lado, o que não é informado não é sabido.
Depois de licitações, reclamações e pouca divulgação, muitas destas canetas de insulina ficaram paradas, com um grande risco de perderem a validade.
- Ah, mas qual a diferença entre a insulina que vem na caneta e a insulina que vem no frasco?
Nenhuma.
A insulina é a mesma, mas a caneta traz muita praticidade.
É mais fácil de aplicar, de transportar, de conservar.
Eu uso as canetas de insulina e adoro. Aplico em qualquer lugar que esteja, levo sempre comigo na bolsa, é mais resistente que um frasco, as agulhas são bem pequenininhas...
Se tem uma coisa que o diabetes me ensinou é que a gente precisa entender o problema para que possa focar e ajudar a buscar a solução.
Para ajudar a divulgar as canetas de insulina que estão disponíveis no SUS, foi criada agora a campanha #CanetadaSaúde (corre lá no Instagram @acanetadasaude).
Eu mesma, por falta de um maior entendimento, nunca fui atrás do SUS para ter acesso ao meu tratamento do diabetes.
Meu tratamento, atualmente, é particular e não pelo sistema público.
Sempre pensei que seria impossível conseguir qualquer coisa pelo SUS. Na realidade, não sabia nem a que eu tinha direito.
- Ah, mas o SUS não funciona.
Funciona sim.
O problema não está no SUS, mas em quem faz a gestão deste Sistema Único de Saúde que é um gigante, o maior sistema de saúde pública do mundo.
Criado em 1988, ele vai muito além dos atendimentos médicos, realização de exames e hospitais.
O SUS proporciona tratamento completo a pacientes de HIV, tem a maior rede de transplantes do mundo.
O SUS atua nas campanhas de vacinação, prevenindo proliferação de doenças graves e, até, já erradicadas.
O SUS está na fiscalização sanitária de bares e restaurantes, na ambulância que está a postos para socorrer a quem precisa no dia a dia.
A verdade é que o SUS deveria servir integralmente ao que ele se propôs. Hoje esse é o problema.
A saúde do país está sucateada há um tempo e isso é o que faz com este baita Sistema andar tão abandonado e aquém do que deveria ser capaz de atender.
De fato, acompanho os amigos com diabetes e vejo que não ainda não é simples ter acesso aos insumos necessários para garantir insulina, tiras de monitoramento de glicemia.
Justamente por isso é tão importante que a gente divulgue, lute, insista.
Um passo de cada vez e vamos chegando cada vez mais perto do que pode nos trazer uma condição de saúde cada vez melhor!
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