..."bobeira é não viver a realidade"...
Quando eu recebi o meu diagnóstico, não fazia ideia do que e nem de como tudo aquilo mudaria a minha vida.
Uma rotina nova, cheia de furos na pança, na perna, no braço, nos dedos...
Números fazendo parte de todas as minhas decisões. Contas e planilhas de controle muito além dos meus contratos de engenharia. Um caderninho de anotações cheio de registros de glicemias passou ser companheiro inseparável...
Nomes complexos que se tornaram tão familiares: hemoglobina glicada, creatinina, degludeca, cetoacidose.
Hein??
Pois é. Os termos passaram a ser comuns e parceiros no processo de autocuidado e tratamento diário do diabetes.
O questionamento inicial vez ou outra ainda pairava:
- Mas eu? Diabetes? Eu nem como doces...
Isso era tudo o que eu pensava que sabia sobre a condição. Achava mesmo que o açúcar era o grande vilão e que depois do diagnóstico eu não teria nada além de restrições.
Grande engano!
Hoje em dia sei que o caminho para o melhor controle é um conjunto de fatores e decisões em cada parte do meu dia.
Fácil não é, por mais que possa parecer.
Mas é possível e o resultado positivo vem da equação que soma educação em diabetes, adesão ao tratamento, monitorização, entendimento e compreensão sobre cada etapa e cada cuidado em refeições, viagens, passeios.
A tecnologia em saúde, os pesquisadores, as instituições que seguem buscando soluções melhores para pessoas diabéticas também contribuem de maneira muito positiva. O sensor e as insulinas de ação rápida e de ação prolongada são meus melhores amigos, sem dúvida.
Principalmente, o meu empenho em buscar aprender e entender como a insulina, os alimentos, os exercícios (ou até a falta deles!) interferem na minha condição foi o que me fez chegar até aqui - já são dez anos convivendo bem com esse tal.
A doença crônica é séria. Ela precisa de atenção e cuidado a todo momento.
Tem dias que a gente faz tudo 'certinho' e parece que nada adianta.
Bate ansiedade, vem o medo... as palavrinhas complexas que agora são velhas conhecidas ficam passeando pela cabeça.
Diabetes é assim.
Tem dia sim, dia não.
Dias de unicórnios passeando e dias em que eles parecem nem existir... não é possível!!
Mas é possível sim.
Com tudo isso, é possível.
Eu escolho seguir acreditando que diabetes grave é aquele não cuidado, seja por falta de educação e orientação adequadas, seja por negligência de qualquer das partes envolvidas, seja pela falta de medicamentos ou atendimento médico ou por tantas outras razões que interferem e trazem à tona aquele velho diabetes cruel.
A maior lição que eu tiro hoje é que eu não sou incapaz porque tenho diabetes.
Esse é o meu pacto comigo, com a minha família, com quem me apóia, com quem confia, com quem segue do lado e até com quem tem um receio preso lá no fundo do peito de que viver assim é loucura.
Uma rotina nova, cheia de furos na pança, na perna, no braço, nos dedos...
Números fazendo parte de todas as minhas decisões. Contas e planilhas de controle muito além dos meus contratos de engenharia. Um caderninho de anotações cheio de registros de glicemias passou ser companheiro inseparável...
Nomes complexos que se tornaram tão familiares: hemoglobina glicada, creatinina, degludeca, cetoacidose.
Hein??
Pois é. Os termos passaram a ser comuns e parceiros no processo de autocuidado e tratamento diário do diabetes.
O questionamento inicial vez ou outra ainda pairava:
- Mas eu? Diabetes? Eu nem como doces...
Isso era tudo o que eu pensava que sabia sobre a condição. Achava mesmo que o açúcar era o grande vilão e que depois do diagnóstico eu não teria nada além de restrições.
Grande engano!
Hoje em dia sei que o caminho para o melhor controle é um conjunto de fatores e decisões em cada parte do meu dia.
Fácil não é, por mais que possa parecer.
Mas é possível e o resultado positivo vem da equação que soma educação em diabetes, adesão ao tratamento, monitorização, entendimento e compreensão sobre cada etapa e cada cuidado em refeições, viagens, passeios.
A tecnologia em saúde, os pesquisadores, as instituições que seguem buscando soluções melhores para pessoas diabéticas também contribuem de maneira muito positiva. O sensor e as insulinas de ação rápida e de ação prolongada são meus melhores amigos, sem dúvida.
Principalmente, o meu empenho em buscar aprender e entender como a insulina, os alimentos, os exercícios (ou até a falta deles!) interferem na minha condição foi o que me fez chegar até aqui - já são dez anos convivendo bem com esse tal.
A doença crônica é séria. Ela precisa de atenção e cuidado a todo momento.
Tem dias que a gente faz tudo 'certinho' e parece que nada adianta.
Bate ansiedade, vem o medo... as palavrinhas complexas que agora são velhas conhecidas ficam passeando pela cabeça.
Diabetes é assim.
Tem dia sim, dia não.
Dias de unicórnios passeando e dias em que eles parecem nem existir... não é possível!!
Mas é possível sim.
Com tudo isso, é possível.
E mesmo sabendo que ele pode me dar uma rasteira em um dia esquisito, mesmo sabendo que é uma doença considerada como degenerativa, mesmo sabendo que com todo o cuidado uma complicação pode surgir...
...mesmo assim, eu não preciso viver como se tivesse recebido uma sentença.
Eu escolho seguir acreditando que diabetes grave é aquele não cuidado, seja por falta de educação e orientação adequadas, seja por negligência de qualquer das partes envolvidas, seja pela falta de medicamentos ou atendimento médico ou por tantas outras razões que interferem e trazem à tona aquele velho diabetes cruel.
A maior lição que eu tiro hoje é que eu não sou incapaz porque tenho diabetes.
Até naqueles dias esquisitos, de glicemias altas, cansaço e preguiça de tantos números e contas, é assim que quero e busco caminhar, de mãos dadas com a minha doçura.
Prefiro acreditar sempre nesta possibilidade. Prefiro nadar contra a corrente a me prender a estereótipos e estigmas tão ultrapassados de que 'diabético não pode'.
Diabético pode sim!
Esse é o meu pacto comigo, com a minha família, com quem me apóia, com quem confia, com quem segue do lado e até com quem tem um receio preso lá no fundo do peito de que viver assim é loucura.
Bobeira é não viver a realidade.
Oi, guria!
ResponderExcluirMais uma vez passo pra te agradecer por tuas palavras, tão sinceras e que fazem eco com as ideias e pensamentos que vivem orbitando nas nossas cabeças.
É muito importante ver que tudo o que passamos é também vivido por outras pessoas com o mesmo diagnóstico.
Sorte e sucesso!
Oi, Karen. Muito obrigada pelo carinho e pela confiança. Fico feliz por saber que ajudo, de alguma forma. Dividir essas vivências nos faz perceber que não estamos sozinhos... :)
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