Crônicas do Isolamento -- A insistência pelo que é devido...

O sujeito que ocupa a presidência do país sai daqui e vai explanar lá na ONU o monte de baboseira que ele não se cansa de repetir. 
Antes da volta, o Ministro da Saúde - depois de xingar as pessoas através de gestos - é diganosticado com covid.
O outro vai na CPI e faz marketing da sua rede de lojas. 
Enquanto tudo isso acontecia, seguia-se a investigação sobre a empresa que obrigou a médicos que usassem medicamentos inúteis em pacientes internados e, depois, os obrigou a alterar certidões de óbito. 
Ah, sem esquecer sobre o ganho de dinheiro do excelentíssimo Ministro da Economia em um paraíso fiscal… 

É impressionante a capacidade que eles têm de se superar na arte de fazer o mal-feito.
Nem em uma trama de filme ruim seria possível tantos absurdos de uma vez!

O número de ocupação das UTIs está caindo. 
De acordo com dados do consórcio de imprensa que vem monitorando o avanço da pandemia no Brasil, dos pacientes com coronavirus  internados atualmente, 94% deles se recusaram a tomar a vacina.

O número de casos está caindo.
E já se sabe que isso acontece porque o número de pessoas vacinadas está aumentando. 

A ciência vem trazendo respostas para uma doença viral grave que matou milhões no mundo inteiro. 
Mas ainda assim, há quem se negue a acreditar. 
Ainda assim, há quem siga espalhando notícias falsas sobre efeitos reversos da vacina. 

Isso cansa.
Cansa ter um presidente imbecil, um verme que não enxerga além do seu umbigo. 
Cansa ver os números de pessoas que ainda sucumbem à covid-19.
Cansa saber sobre mais um caso absurdo de desdém à vida humana. 
Cansa ver quanta gente ainda padece sem conseguir o tratamento adequado para o diabetes.

É um trabalho de insistência, né? 
Todo dia alguém tem que insisitir que o tal kit de tratamento precoce para o coronavírus é inútil.
Todo dia alguém tem que insistir que de nada adianta também ter um novo protocolo de tratamento para o diabetes ou prevenção de complicações mas não ter esse protocolo instituído na prática. 

Venho acompanhando as notícias e as publicações de pessoas com diabetes e associações mostrando a falta de insumos.
Falta insulina. 
Falta agulha. 
Falta tira-teste.
Falta um monte de coisa necessária para manter a  v i d a  de quem convive com a condição.

E se já é complicado seguir firme o autocuidado com tudo isso, imagina quando você não tem as ferramenteas mínimas? 

O controle do diabetes é uma gincana diária. 
A maratona que vem da soma dos inúmeros fatores que rege o controle glicêmico deveria ser esporte olímpico! 

Fico me perguntando qual é a dificuldade desses governantes em entender o conceito de custo-efetividade.
Inclusive, é importante dizer que os tais Protocolos Clínicos de Diretrizes Terapêuticas (PCDT) consideram, quando estabelecem as opções de tratamento que devem ser disponibilizadas, este conceito. 
A conta é bem simples: o preço do tratamento não é analisado por si só, como variável linear; entram nesta avaliação os efeitos que os tratamentos propostos podem proporcionar em termos de qualidade, principalmente a longo prazo. 

Trazendo para o diabetes, é assim: uma insulina que já teve comprovada que traz mais estabilidade para as pessoas com diabetes tem o preço maior que as outras, mas em compensação, garante um controle melhor e, consequentementem reduz o risco do desenvolvimento de complicações. Sem complicação, o sistema de saúde deixa de gastar com internações, medicamentos, procedimentos extremos (amputações, por exemplo). Ou seja, gasta-se um pouco mais num primeiro momento e evita-se gastar muito mais depois. 

Vale lembrar que há pelo menos dez anos o diabetes é considerado como epidemia.
E, segundo dados da Federação Internacional de Diabetes (IDF), o Brasi locupa a quinta posição mundial em número de adultos (entre 20 e 79 anos) diabéticos. Ainda segundo a IDF, os gastos com o tratamento das complicações são 50% maiores que os gastos com o tratamento do diabetes em si.

Voltando à pandemia, esse conceito serve para mostrar uma situação ainda mais grave: gastam com um tratamento preventivo que já foi comprovado como ineficaz e, assim, gastam - imediatamente - muito mais com UTIs lotadas.

Se o governo prezasse pelo seu povo e pelo nosso dinheiro, o investimento seria em máscaras para a população, medidas preventivas que incluem ações para garantir o acesso de todos à kits de higiene, à segurança alimentar e conômica, nas vacinas com toda antecedência que poderíamos ter tido. 


No covid ou no diabetes, falta ter alguém com o compromisso verdadeiro em garantir o direito da população e buscar soluções reais que prezem pela saúde.
No covid ou no diabetes, falta responsabilidade!

No covid ou no diabetes, continuo de olho, acompanhando o que precisa ser ajustado e insisntindo em cobrar o que é de direito!


 

 



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