Insulina: da descoberta ao acesso...
Lá se vai o primeiro mês do ano.
Nesse 2021 de celebrar os 100 anos da descoberta da insulina e de todos os avanços registrados até aqui, é preciso lembrar o quanto ainda deve ser feito para que todas as pessoas com diabetes tenham acesso, de fato, a esse elixir que salva vidas.
O que aconteceu em 1921 permitiu que o diagnóstico do diabetes deixasse de significar inanição e morte. Foi a primeira luz para a sobrevivência.
Mesmo assim, hoje ainda falta muito para que o diabetes seja totalmente entendido e desmistificado.
Por mais inacreditável que possa parecer, histórias de pessoas que deixam de ser contratadas por empresas quando afirmam ter diabetes são muito comuns.
Escuto relatos de pessoas que passaram por situações de risco pela falta de educação em diabetes de profissionais de saúde. Procedimentos errados, desconhecimento sobre contagem de carboidratos e correções com insulina de ação rápida, medo da bomba de insulina.
Situações onde uma paciente passou 14h sem comer porque teve o seu jantar suspenso em um hospital em função de uma glicemia alta!
Casos em que crianças são orientadas a deixar a sala de aula para medir a glicemia ou aplicar insulina no banheiro, sem ser vistas.
Isso não pode mais acontecer. Nada disso deveria acontecer!
A liberdade de sair e fazer o que tiver que ser feito dentro do protocolo de cuidado e controle do diabetes não deveria nem ser questionada, que dirá cerceada.
E, muito menos, depender de projeto de Lei para garantir à qualquer pessoa com diabetes "o direito de monitorarem a própria glicemia e, se for o caso, de se automedicarem com insulina mesmo em locais públicos".
Isso é um absurdo sem tamanho.
A revolução da insulina começou bem antes daquele 1921.
A doença que devastava em poucos meses chamava a atenção de médicos e estudiosos de toda a Europa naquele início de século. Foram muitas teorias e muitos testes passando por promessas milagrosas de cura - cura da aveia, cura da água com limão, abstinência de carboidratos - até, finalmente, o momento em que o extrato pancreático foi isolado e testado.
A esperança surgia para quem recebia o diagnóstico de diabetes.
Agora, 100 anos depois, passamos da insulinas animal e humana para as opções dos análogos de insulina, insulina inalável, insulina de ação rápida, insulina de ação prolongada...
O tratamento segue avançando e a busca pela cura também.
Que seja realmente acessível para que se mantenha o propósito dos seus descobridores e de tantos pesquisadores e médicos: salvar vidas.
O preconceito sempre vem pela falta de conhecimento.
O diabetes não nos diminui ou nos deixa menos capazes.
Insulina não é droga e o diabetes não é uma sentença.
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