Crônicas do Isolamento -- Da escolha de todo dia...
Sempre ouvi que o combinado não sai caro. Hoje, trabalhando na gestão de projetos e contratos, reforço essa tese com o que vivencio na prática.
E é a partir daí que me pego pensando que ninguém combinou comigo que eu teria que ficar trancada em casa. Logo em seguida, me vem outro pensamento: ninguém combinou comigo que eu ia ser diagnosticada com diabetes tipo 1.
Pois bem: no caso do DM1, consegui fazer do limão uma limonada (vez ou outra, a aventura é tanta que vira até caipirinha!). No caso da pandemia, o incômodo ainda é grande.
Claro, são tempos e situações bem diferentes. Mas, agora, depois de 70 dias de quarentena, acho que identifiquei a razão... Apesar de estar protegida, segura, trabalhando de casa com salário na conta, sei que tem muitos que estão vulneráveis. Seja por estarem sozinhos, seja por não ter um trabalho fixo, seja por não saber de onde virá a renda e o 'ganha pão' de amanhã, essa vulnerabilidade de tantos me deixa muito angustiada.
Para esses, a esperança vem da solidariedade - e, no que me cabe, sempre me agarro a ela!
O fato é que somente de solidariedade não se vive. Quando vejo o desprezo das autoridades do meu país, que seguem jogando vidas no ralo, fico assim, travada e incapaz diante desse absurdo.
Vem o mau humor, a falta de paciência, a irritação. Quase como uma TPM constante!!
Só que não dá para manter a calma - nem a sanidade - assim.
Entre um dia e outro de isolamento, trabalho se mistura com os afazeres de casa e com os momentos de filme, livro e uma partidinha de buraco. Esta semana, a indicação de um cursinho de escrita online com o Pedro Bial veio e foi recebida com curiosidade.
Gratuito, objetivo e fluido. Curti!
E, com a cabeça e coração abertos enquanto assistia, consegui encontrar um 'remédio' para essa angústia toda: "Para escrever é preciso coragem, organização de ideias e de emoções. Faça do exercício da escrita o exercito para os seus dias".
Parece óbvio, né? Só que em tempos estranhos, o óbvio se esconde.
Mas é isso: a missão da vez é organizar as emoções. Dar vazão, descobrir o melhor caminho, encontrar a direção.
Pode até não ser uma missão exatamente fácil. Só que, de novo, vem o diabetes ensinar...
Já ouvi, de diferentes pessoas, que a forma como eu lido com o meu tratamento, minha condição de saúde e o meu cuidado com o diabetes é muito bacana. Na verdade, isso é uma escolha diária. Para viver bem com diabetes é preciso disciplina. Todo dia! Todo dia mesmo.
Quero me pautar nessa escolha diária para cuidar do lado de dentro também. Para buscar a calmaria nessa realidade jamais imaginada.
Fica aqui o compromisso.
Ele é meu, mas a quem quiser e desejar, é só fazer dele o seu.
Vai passar.
E é a partir daí que me pego pensando que ninguém combinou comigo que eu teria que ficar trancada em casa. Logo em seguida, me vem outro pensamento: ninguém combinou comigo que eu ia ser diagnosticada com diabetes tipo 1.
Pois bem: no caso do DM1, consegui fazer do limão uma limonada (vez ou outra, a aventura é tanta que vira até caipirinha!). No caso da pandemia, o incômodo ainda é grande.
Claro, são tempos e situações bem diferentes. Mas, agora, depois de 70 dias de quarentena, acho que identifiquei a razão... Apesar de estar protegida, segura, trabalhando de casa com salário na conta, sei que tem muitos que estão vulneráveis. Seja por estarem sozinhos, seja por não ter um trabalho fixo, seja por não saber de onde virá a renda e o 'ganha pão' de amanhã, essa vulnerabilidade de tantos me deixa muito angustiada.
Para esses, a esperança vem da solidariedade - e, no que me cabe, sempre me agarro a ela!
O fato é que somente de solidariedade não se vive. Quando vejo o desprezo das autoridades do meu país, que seguem jogando vidas no ralo, fico assim, travada e incapaz diante desse absurdo.
Vem o mau humor, a falta de paciência, a irritação. Quase como uma TPM constante!!
Só que não dá para manter a calma - nem a sanidade - assim.
Entre um dia e outro de isolamento, trabalho se mistura com os afazeres de casa e com os momentos de filme, livro e uma partidinha de buraco. Esta semana, a indicação de um cursinho de escrita online com o Pedro Bial veio e foi recebida com curiosidade.
Gratuito, objetivo e fluido. Curti!
E, com a cabeça e coração abertos enquanto assistia, consegui encontrar um 'remédio' para essa angústia toda: "Para escrever é preciso coragem, organização de ideias e de emoções. Faça do exercício da escrita o exercito para os seus dias".
Parece óbvio, né? Só que em tempos estranhos, o óbvio se esconde.
Mas é isso: a missão da vez é organizar as emoções. Dar vazão, descobrir o melhor caminho, encontrar a direção.
Pode até não ser uma missão exatamente fácil. Só que, de novo, vem o diabetes ensinar...
Já ouvi, de diferentes pessoas, que a forma como eu lido com o meu tratamento, minha condição de saúde e o meu cuidado com o diabetes é muito bacana. Na verdade, isso é uma escolha diária. Para viver bem com diabetes é preciso disciplina. Todo dia! Todo dia mesmo.
Quero me pautar nessa escolha diária para cuidar do lado de dentro também. Para buscar a calmaria nessa realidade jamais imaginada.
Fica aqui o compromisso.
Ele é meu, mas a quem quiser e desejar, é só fazer dele o seu.
Vai passar.
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