MiniMed 640G: Cena 3 - Valendo!

E enfim chegou o dia: bomba devidamente "instalada"!!

Antes de tudo começar, a sensação de rebeldia: nada de aplicar a minha insulina de todo dia! Que agonia... 8 anos e meio fazendo isso praticamente no automático, assim que levantava da cama. Mas essa era a regra: no dia de colocar a bomba eu não deveria aplicar a Tresiba.

Tomei meu café da manhã e só apliquei a insulina de ação rápida - a NovoRapid, mesma que vou usar  na Bomba - para corrigir a quantidade de carboidratos que seria ingerida.

Assim que a Lygia - educadora querida - chegou, já comecei a entender o que era cada pecinha desse 'Lego' que serve para me manter insulinizada. Horas de conversa, muito papo, muitas perguntas, muitas anotações. Muita informação ainda sendo absorvida!

A instalação é simples.
O processo é delicado até encaixar cada pedacinho do conjunto de infusão - cateter + reservatório - mas sem maiores complicações.
Aplicação na barriga, para começar. Embora possa ser colocada nos mesmos locais de aplicação da insulina, eu preferi a barriga porque ainda não estou acostumada a ter um equipamento plugado em mim o tempo todo.
Assim, estando à vista, eu vou lembrar que a Bomba está ali e vou me ligar para não deixar cair ou prender em alguma porta.

O sensor também faz parte desse quebra-cabeça e foi colocado no braço. Como ainda estou com um Libre aplicado, vou deixar pelos 5 dias que ainda tem de prazo e estou praticamente uma robôzinha: Bomba + Guardian (o sensor da Bomba) + Libre!!

O cateter - que liga o reservatório de insulina da Bomba à minha pancinha - deve ser trocado a cada 3 dias. O sensor a cada 6...
- Nossa, mas o Libre são 14. Por que com o Guardian também não é assim?
Porque eles funcionam de forma similar, mas operam de maneira diferente. O Guardian tem uma haste metálica embebida em ouro e uma enzima que, em contato com o líquido intersticial (já expliquei sobre isso aqui), faz uma reação química e mede a glicemia. A transmissão dos dados é por ondas de rádio.

Importante destacar: a aplicação do cateter e do sensor não dói!

A liberação da insulina é feita de maneira gradual.
A dose calculada para atuar como basal é dividida pelas 24 horas do dia. Informamos à Bomba a quantidade total e uma quantidade equivalente por hora vai sendo liberada. Para a correção, eu preciso informar à Bomba a quantidade de carboidratos de cada refeição e, conforme as minhas configurações de sensibilidade glicêmica (que são previamente cadastradas na Bomba), é calculada e liberada por refeição.

- Ué, mas é a mesma insulina para basal e bôlus (correção)?
Sim! Na 640G usa-se só a insulina de ação ultra-rápida. Diferente da Tresiba, que é de longuíssima duração, na Bomba a insulina começa a agir entre 10 e 20 minutos após a liberação.

Esta é uma das grandes vantagens do MiniMed 640G.
Segundo a Lygia, "o sistema integrado com monitorização constante ajuda a definir o perfil de glicemia do paciente e, com isso, ajudar a definir como deve ser a 'distribuição' de insulina ao longo do dia, obedecendo às necessidades reais do paciente".

Junto com isso, o sistema protetor 'SmartGuard' é o responsável por suspender a liberação da insulina na Bomba quando perceber que a glicemia está em queda. Aí entra o grande ponto: ela é capaz de evitar até 75% dos casos de hipoglicemia!!!!

Nem tudo funciona só através dos botõezinhos de controle...
É preciso calibrar 3 vezes ao dia, preferencialmente antes do café da manhã, antes do almoço e antes do jantar ou de dormir.
- E como isso é feito?
Medindo a glicemia na ponta do dedo. Com o resultado, comparo com o que o sensor está indicando e ajusto na Bomba.

- Mas e agora? Você precisa ficar a Bomba conectada o tempo todo?
Em tese sim. Mas eu posso tirar em alguns momentos, se quiser. Só um detalhe: posso passar no máximo duas horas desconectada do meu mini-pâncreas artificial. Depois desse intervalo, tudo deve voltar para o lugar, senão fico sem insulina circulando no organismo.

Não preciso tirar para tomar banho - ela pode até me acompanhar em um mergulho na piscina ou no mar! - e não preciso (não devo!) tirar para dormir.

Hoje começa a nova rotina dessa vida doce. Serão dois meses com o MiniMed 640G.
Ansiosa e animada. E com um receio grande de ficar presa pelo cateter em alguma maçaneta!!
Mas, sem dúvida, muito feliz por poder testar uma terapia totalmente agregada à tecnologia.

Foi dada a partida... 
Valendo!!!! 




Comentários

  1. Boa tarde, afirri sua publicação minha filha tem diabetes tipo 1 desde os 8 anos, hoje ela vai fazer 12 e começará a usar essa bomba MiniMed 640g,fiquei em dúvida em relação a piscina minha filha ama, e iremos para a praia,vou tirar essas dúvidas com a médica daqui uns dias quando ela for começar a usar, só que estou curiosa para saber se pode kkkk

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    Respostas
    1. Oi Jaqueline! Que legal! Que tudo esteja indo bem com a bomba ;)
      A 640G pode molhar sim. Então, praia e piscina liberadas!! :)

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