Os 'buenos dias' latinos!
Mais uma saída pelo mundo. E mais uma vez, a volta com a
certeza que viajar é sempre bom demais!
Na companhia de amigos tão queridos, os dias pelo Peru e
pela Bolívia foram sensacionais, de muita parceria e muita diversão.
Apesar de dois sustinhos no caminho, no fim tudo deu certo e
mesmo os imprevistos viraram histórias para contar.
Saí do Rio no dia 20/09. Voo com destino a La Paz e uma
conexão estendida em Lima.
Como o voo era de madrugada e eu tinha alguns eventos que
não podia deixar de ir, acabei não dormindo. Viajei virada.
Nenhum problema nisso, a não ser pelo fato de que eu acabei
me desligando da hora e tomando a dose da insulina da noite mais tarde que o de
costume.
Por volta das 07h, foi servido o café da manhã no voo. Tomei
a dose de insulina de jejum normalmente. Pouco tempo depois, hipoglicemia! O que aconteceu é que o
intervalo entre as duas doses foi pequeno. Erro repetido... falta de atenção! Mas
comi um chocolatinho e logo estava tudo certo.
Ah, as refeições especiais que eu tinha pedido à companhia
aérea (Avianca) vieram certinhas e estavam bem equilibradas. Só deixaram a
desejar com as bebidas: não tinham nenhuma zero.
Como todas as vezes que viajo, procuro levar uma quantidade
razoável de lanchinhos sugar free. Desta vez não foi diferente e eu, por puro
‘achismo’, imaginei que não fosse ser fácil ter opções mais saudáveis e/ou sem
açúcar.
A primeira surpresa veio ainda em Lima. Passeando pelo
Larcomar, um shopping à céu aberto na beira do mar, uma parada para um sorvete
e a descoberta do Congelatte, um carrinho de picolés deliciosos, feitos com
frutas locais e que tinham vários sabores sem glútem e outros adoçados com
stevia.
Tomei o de lúcuma, essa fruta aí da foto:
Sabor forte, mas bem gostoso.
De volta ao aeroporto para embarcar para La Paz, outra
surpresinha: cookies de coca, também com stevia.
Comprei!
Já que os milhares de metros de altitudes nos aguardavam,
tinha que provar!
Assim como a folha e o chá, o sabor é parecido com o do
nosso mate, mas mais suave.
O cookie? Razoável, um pouco seco.
Durante toda a viagem, encontrei muitas opções de produtos
usando stevia, tanto na Bolívia quando no Peru. Mas uma coisa me chamou a
atenção: a maioria dos produtos – e aqui entram os com açúcar e os sem – não
tem rótulos com as informações nutricionais.
O jeito foi pensar nos nossos semelhantes para calcular as
quantidades de carboidratos, quando preciso.
Seguimos na rota e em La Paz passeamos pelas muitas curvas
da cidade e pelas centenas de lojas de artesanato local, com uma parada em
especial: Gravity, uma agência de passeios radicais.
O foco? Descida de bicicleta pela Estrada da Morte!!
Uma apresentação completa sobre a aventura e
não precisamos de muito tempo para fechar.
Ansiedade no alto e eram praticamente 5 crianças esperando a
hora de começar a brincar!
No dia seguinte, logo depois da primeira pedalada na bike, a
emoção tomou conta. Agradecimento por estar ali. Oportunidade única, desafio,
uma beleza sem fim.
Foi fenomenal, inacreditável. A cada etapa cumprida, um novo
agradecimento.
Uma queda no caminho: uma amiga precisou de atendimentos médicos, mas tudo ficou bem!!
Docinho comportado e a sensação de plenitude no final do percurso. Mas os detalhes conto logo, num post exclusivo sobre isso!
Docinho comportado e a sensação de plenitude no final do percurso. Mas os detalhes conto logo, num post exclusivo sobre isso!
Nosso plano inicial era alugar um carro na Bolívia e
seguirmos para o Peru, parando no Lago Titikaka e seguindo até Cusco.
Não deu: lá soubemos que o Peru é o único país que só permite
a entrada de veículos próprios.
Novo planejamento e decidimos ir de avião para Cusco.
A cidade já agradou logo na chegada. Além de ser muito maior
do que eu imaginava, é bem organizada e bonita.
A Plaza de Armas, onde a maior parte da história está
concentrada, é charmosa e parece que te chama para ficar por ali.
Já no primeiro dia, começamos a explorar a gastronomia:
alpaca, lhama. Sabores diferentes, exóticos e bons.
À noite, a preguiça pelo cansaço e o frio falaram mais alto
e acabamos indo jantar num restaurante em frente ao hotel.
Não sei se pela gordura em excesso do prato escolhido ou se
pela combinação das opções exóticas do almoço, enjoei sério!
Passei a noite super desconfortável e no dia seguinte mal
conseguia colocar alguma coisa no estômago.
E aí, como gerenciar insulinas e glicemias??
Decidi pegar bem leve no café da manhã: meia tangerina e uma
xícara de chá de camomila. No almoço, uma sopa de batatas.
Ao longo do dia fui melhorando, mas segui monitorando a
glicemia para evitar qualquer susto.
Para tomar a insulina da ceia, meus biscoitos de castanha
companheiros – que tinham vindo do Rio - foram a salvação!
No dia seguinte tudo estava de volta à normalidade.
Exploramos um pouco mais a cidade e os arredores do Vale Sagrado: Pisaq,
Moray, Salinas de Maras, Ollantaytambo.
Uma parada em Águas Calientes para, enfim, chegarmos a Machu
Picchu.
A imensidão, a história, as conquistas, a funcionalidade... tudo tem uma razão. Andamos
por cada pedacinho, tentando alcançar um pouco de tudo que foi vivido por lá um
dia, tentando capturar um pouco de toda aquela energia.
Como sabia que seria um dia de muita caminhada, subidas e
descidas, caprichei no café da manhã de novo e reduzi a dosagem de insulina de
jejum. Água, lanchinhos e mel na bolsa, fui tranquila.
No final, docinho estava 108 mg/dL!
No final, docinho estava 108 mg/dL!
Na nossa última noite em Cusco, um imprevisto grandinho:
estávamos praticamente prontos para sair, Cusqueña (a ótima cerveja peruana) em
punho, quando um dos amigos precisou ir para o hospital.
Suspeita de cálculo renal... foi medicado e, depois de todos
passarmos a noite com ele, voltamos para o hotel bem rapidinho, porque em
seguida já íamos embarcar de volta à La Paz.
Durante os dias de viagem, registrei 3 hipos seguidas! As
três na madruga e bem baixas: entre 45 e 50 mg/dL!!
Algumas razões possíveis: exercícios mais frequentes e com
uma carga maior do que as minhas atividades físicas normais; alimentação diferente do habitual, afetando a relação insulina e
glicemia; altitude.
Com todas essas hipos, resolvi pesquisar e descobri que a
altitude pode influenciar diretamente os níveis de glicose medidos:
"Altitudes extremas, com alteração da concentração de oxigênio, podem levar à superestimação da glicemia (...)".
(Fonte: SBD)
Passei a ficar mais atenta nos valores medidos em relação às refeições feitas. Foi na base da tentativa e erro mesmo.
Passei a ficar mais atenta nos valores medidos em relação às refeições feitas. Foi na base da tentativa e erro mesmo.
Na véspera de voltarmos, ainda fui surpreendida mais uma vez: estávamos todos no movimento de
arrumar as malas, porque no dia seguinte nosso voo saía cedinho e, para facilitar, pedimos uma pizza. Medi o docinho, fiz a
correção necessária com a insulina e comi. Menos de duas hora depois, antes de
dormir resolvi medir a glicemia mais uma vez, para garantir que nada ficasse
fora do eixo... Ainda bem!!
Mesmo comendo pizza, já estava com a glicemia em 72 mg/dL.
Parti para um copo de coca-cola e reduzi um pouco mais a dose da insulina da
ceia.
Enfim, preferi arriscar e corrigir em jejum do que ser despertada por
mais uma queda na doçura.
De vota para casa, voltei também para a minha rotina.
Em pouco tempo, doses de insulina ajustadas e glicemias reguladas!
Na bagagem, muito aprendizado para uma próxima viagem e a alegria de conhecer mais um pouquinho desse mundo tão grande.
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