Um passo atrás...

No início deste ano um tema bem importante foi colocado sob consulta pública: a utilização, pelo SUS, das insulinas análogas, que trariam alem de mais uma opção em termos de medicamentos, uma melhor qualidade de vida aos pacientes.

A consulta foi motivada por constantes casos de hipoglicemias que vinham sendo registrados e reportados com o uso das insulinas NPH e outras regulares.

Coordenada pelo Ministério da Saúde com assessoria do CONITEC - Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias, a Consulta foi encerrada e o parecer final emitido.
Infelizmente, ainda não foi desta vez que o bem estar se sobrepôs ao custo...

Os parâmetros avaliados foram "eficácia, segurança, custo-efetividade e impacto orçamentário para o SUS".
E por fim, não foi aprovada a incorporação das análogas.
De acordo com o posicionamento da CONITEC, "considerou-se que as evidências científicas disponíveis não comprovaram a superioridade desses medicamentos em relação às insulinas recombinantes NPH e regular, quanto aos principais parâmetros de controle da doença."

Uma pausa aqui...
A consulta para o Diabetes Tipo 1 teve a participação de 296 pessoas.

D u z e n t o s   e   n o v e n t a   e   s e i s.

Esse número é irrisório.
Não tem o menor sentido!
Como foi a divulgação para a Consulta Pública? Quem participou?
Eu soube pela página da Sociedade Brasileira de Diabetes, mas porque entrei no site num dia como outro qualquer e vi, participei e divulguei através do IP.
Mas não teve mídia, não teve Campanha do Ministério da Saúde, não teve INFORMAÇÃO.
(De novo ela, a tal da informação...)

Num país onde havia, em 2013, 11 milhões e novecentos mil pessoas diagnosticadas com DM (de acordo com o Atlas publicado pela Federação Internacional de Diabetes em Dezembro de 2013), 296 não significa nada!
Que peso isso tem??

Ainda assim, conforme consta no Relatório da Consulta, não me surpreende quem teve mais representatividade entre os que participaram:

"Gráfico 1. Contribuições de consulta pública por tipo de participante, com predominância franca de pacientes, seus familiares e associações."
Pacientes e parentes / amigos de usuários de insulina somam mais que a metade (51%) de todos que responderam.

Este número sim, mostra um resultado importante: os pacientes estão interessados em entender, em se informar, em aprender.
Querem ser envolvidos e participar.

Isso é que o Ministério da Saúde, a ANVISA e a ANAD (Associação Nacional de Assistência ao Diabético) precisam entender.
O paciente quer ter vez e voz.
A mudança tem que acontecer... já passou da hora!


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