Pela reconexão - urgente! - frente à robotização...

Dizem por aí que nós do signo de Aquário somos antenados nas tecnologias, sempre voltados para o que o futuro pode trazer de mais revolucionário e tecnológico...
Acho que nesse ponto, especificamente, teve pouco fermento no meu 28 de janeiro de 1978.

Eu sou - quase - toda do analógico (mas ai do meu sensor se ele dá defeito ou misteriosamente cai do meu bracinho!!). 
Gosto de caderno, de escrever à mão, de livro impresso, de cartão e até de carta.
Bilhetinhos de amor e desenhos coloridos. 
Álbum de fotos reveladas (agora se diz impressas, né?).

No meu primeiro ano depois do diagnóstico, parte do entendimento da condição e do meu processo de educação em diabetes foi registrado em um caderninho. 

Anotações de congressos, de palestras, também. 

Isso tudo aí faz meus olhinhos brilharem. 
Mais até: colocar as coisas no papel me ajuda a organizar os trabalho, os caminhos da escrita, a mente, o coração...

E com tudo que eu tenho visto e acompanhado dessa revolução tecnológica que vem como um tsunami a cada dia, lá no fundo eu desejo que a humanidade entenda que é preciso resgatar a simplicidade e a verdade das coisas. 

Filtros e retoques digitais para disfarçar o que não precisa, frases feitas por robôs que se dizem facilitadores, mas que levam às pessoas a deixar de pensar e trabalhar a criatividade... 

Eu tenho muito receio desse processo de trava e engessamento das ideias. 

- Ah, você é que não aprendeu a usar as ferramentas dessa tal inteligência artificial.
O ponto é outro: não confio. 
Ainda não temos regulamentação adequada e, consequentemente, não temos proteção. 

Já pensaram no direito autoral como fica??
Já pensaram na quantidade de notícias inventadas e imagens manipuladas que já trazem desinformação?

Enfim, nenhuma intenção de radicalizar ou criticar quem usa, que já convive bem com a modernidade e a parcerias dos robôs.
Cada um sabe o que é melhor pra si e decide o que fazer. 

Minha questão realmente é sobre entender que precisamos, com urgência, resgatar o básico, o simples e a verdade no dia a dia, para não endurecer e perder o senso crítico do que realmente importa. 
E no diabetes não pode ser diferente. 
É claro que a tecnologia ligada à saúde nos traz muitos benefícios e facilita demais o controle e monitoramento do diabetes.
Mas não é disso que eu tô falando, que fique bem registrado.

O que quero ressaltar é que nenhum cálculo de carboidratos feito por aplicativos ou nenhum alarme de uma glicemia alterada registrada em monitores contínuos de glicose vai substituir o autoconhecimento e a avaliação pessoal em cada decisão de aplicar mais ou menos insulina. 

Que nesse atropelo digital haja tempo de enxergar que é preciso colocar um freio na corrida do imediatismo para buscar uma nova oportunidade de (re)conexão.

A gente pode e deve usar os avanços da tecnologia na saúde para deixar os dias de cuidados sem folga com o diabetes - ou o que quer que seja - mais leves e mais práticos. 
A gente só não pode é ultrapassar barreiras que deixem o que é correto e o senso crítico em segundo plano. 

Faça suas contas, meça a doçura do diabetes, ajuste a quantidade de insulina e vai.
Só não esquece que sem uma cabeça pensante por trás, nem um robozinho fica de pé!

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