Insulina Portátil: 15 anos de Envolvimento, Educação e Realização | I - Sarah Rubia -- Eu, meu Filho e o Diabetes
Outros que nem eu, que sabiam o que era ter que furar o dedo e a pancinha todo dia para monitorar a glicemia e aplicar insulina...
Outros que entendiam a preguiça de contar carboidratos e fazer tudo que a gente precisa fazer por sobrevivência...
Conseguimos, após muita luta, o direito à bomba de insulina e seus insumos. Mas essa vitória, apesar de comemorada, trouxe à tona uma dura realidade: muitas famílias não têm condições de enfrentar esse tipo de batalha. É revoltante perceber que a negligência no fornecimento desses recursos pelo SUS afeta tantas crianças e jovens que dependem deles para sobreviver.
Minha luta, no entanto, não podia terminar ali. O que conseguimos para o Igor não seria suficiente enquanto tantas outras crianças e famílias continuassem desamparadas.
Era e ainda é preciso pressionar por mudanças estruturais no SUS, para que o tratamento de ponta esteja ao alcance de todos. Ninguém deveria depender de ações judiciais para ter acesso ao básico. Precisamos de políticas públicas que ampliem o fornecimento de insulinas análogas, bombas de insulina e outros insumos essenciais, garantindo equidade no tratamento do diabetes.
Hoje, vejo no Igor a força que me inspira a continuar lutando. Ele tem aprendido a lidar com o diabetes com coragem e resiliência e juntos seguimos enfrentando cada obstáculo.
Compartilhar nossa história é uma forma de ecoar a voz de tantas outras famílias que vivem essa mesma realidade. Acredito que, unidos, podemos pressionar por mudanças e construir um futuro em que direitos fundamentais sejam respeitados, beneficiando não apenas quem tem acesso a tratamentos avançados, mas também quem ainda enfrenta barreiras para alcançar o mínimo necessário."
"1. A importância de viver o luto do filho saudável
Receber o diagnóstico de Diabetes Tipo 1 é um choque para qualquer família. Nesse momento, é normal sentir tristeza, medo e até uma sensação de perda. Esses sentimentos fazem parte do processo de dizer adeus à ideia de um filho que nunca precisará de cuidados médicos constantes. É essencial permitir-se viver esse luto, porque ele valida os desafios que surgem. Não se culpe por sentir dor ou por se questionar. Reconhecer esses sentimentos é o primeiro passo para lidar com a nova realidade e se preparar para o caminho que vem pela frente.
2. Aceitação
Depois de atravessar o luto, a aceitação começa a surgir. Isso não significa ignorar as dificuldades, mas enxergá-las com mais clareza e força. Aceitar que o diabetes faz parte da vida do seu filho é essencial para ajudá-lo a entender que ele não está sozinho. A aceitação transforma o medo em ação: aprender sobre o tratamento, adaptar a rotina e buscar os melhores recursos disponíveis. É nesse momento que a família encontra um novo equilíbrio, mostrando ao filho que ele é amado e cuidado, independentemente das circunstâncias.
3. Transformação
Com o tempo, a jornada se transforma. O que antes parecia insuportável se torna administrável, e vocês começam a descobrir que o diabetes, apesar de ser uma condição desafiadora, não impede seu filho de viver uma vida cheia de alegrias e realizações. Essa transformação não é apenas sobre o tratamento, mas também sobre como a família cresce junto, enfrentando os desafios com resiliência e união. O diagnóstico pode trazer novos propósitos, como lutar por direitos, apoiar outras famílias ou simplesmente celebrar cada pequena vitória no dia a dia. Essa transformação prova que, mesmo diante das adversidades, o amor e a coragem sempre prevalecem."
Comentários
Postar um comentário