Consulta Pública: Sistema de Monitorização Contínua de Glicemia (Sensor!)

Se por um lado a tecnologia avança e nos proporciona cada vez mais ferramentas para melhorar o controle e a qualidade de vida convivendo com o diabetes, por outro o acesso à cada uma dessas tecnologias nem sempre é uma realidade para todos. 

O sensor de monitoramento contínuo é um exemplo.

Apesar de hoje já existirem alguns modelos disponíveis no mercado, os preços são, em muitos casos, proibitivos. 

Eu uso o Libre 2 atualmente e gasto os R$ 659,98 mensais para ter a glicemia monitorada a cada instante na palma da minha mão, na tela do meu telefone. 

Mas e quem não pode pagar? Fica sem?

Não é justo. 

E é justamente para buscar essa justiça que está no ar uma Consulta Pública da CONITEC (que é a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde), referente à inclusão do "sistema flash de monitorização da glicose por escaneamento intermitente para o monitoramento da glicose em pacientes com diabetes mellitus tipo 1 e 2".

Em resumo, uma consulta para saber a opinião de pessoas com diabetes, familiares, cuidadores, amores, amados, profissionais de saúde e quem mais quiser participar sobre a disponibilização do sensor para monitoramento da glicemia no protocolo de tratamento para pessoas com diabetes no SUS!

Precisamos fazer a nossa parte, seja respondendo à consulta e/ou divulgando sobre essa pesquisa.

A Consulta Pública é a de número 69 e está disponível até o dia 29/10/2024 nesse link: CONSULTA PÚBLICA LIBRE:

Basta fazer o login pelo seu acesso gov.br e responder às perguntas da pesquisa. 

[Importante informar também que na seção da pesquisa estão disponíveis os relatórios técnicos sobre o uso e benefícios do sistema de monitoramento contínuo]

As perguntas são simples e bem objetivas. 

Se você é pessoa com diabetes ou não, sua data de nascimento, onde mora... 

E, ao final, a pergunta mais importante: se você é a favor da incorporação do sensor de monitoramento contínuo no tratamento oferecido pelo SUS:

Na minha resposta, as justificativas colocadas foram todas considerando os benefícios que eu mesma vivenciei usando o sensor:

- melhor controle das glicemias, uma vez que o sensor mostra a variação em tempo real 

- com o melhor controle, o risco de desenvolver complicações futuras é menor

- nos permite ter uma visão ampla da variação da glicemia ao longo do dia, já que não mostra apenas o momento um específico de medição, como é na ponta de dedo

- com essa visão ampliada da variação da glicemia, é possível fazer melhores e mais apurados ajustes das doses de insulina necessárias

- com tudo isso, tenho mais segurança e, consequentemente, mais liberdade.

Vale lembrar também um conceito mais técnico, que é o custo-efetividade. 

Isso significa que com maior investimento hoje nos sensores, as pessoas com diabetes terão um controle adequado da condição. Consequentemente, terão menos chance de desenvolver complicações que geralmente são causadas por um controle inadequado do diabetes... Portanto, haverá uma economia a médio e longo prazo evitando o tratamento de complicações (que podem ser cardíacas, neurológicas... as tais amputações, o pé diabético). Diminui também o custo com internações.

Ou seja, é o investimento sendo planejado e feito onde é correto, sem esperar para gastar quando a saúde já está prejudicada.

Até hoje, foram recebidas 8.721 contribuições. 

É muito? Até é... mas se pensarmos que no Brasil somos cerca de 16 milhões de pessoas com diabetes, a gente pode fazer bem melhor que isso!

Bora? 

Qualquer dúvida, podem me chamar. 

Precisamos seguir juntos lutando pela qualidade no tratamento que só vai nos trazer mais liberdade e qualidade de vida.