Crônicas da Menopausa -- precisamos falar sobre ela sem medo!

Quanto mais eu falo e escrevo sobre menopausa, mais eu percebo o quanto é preciso falar sobre isso.
Mesmo entre nós, mulheres, vejo como há desinformação, falta de conhecimento e identificação dos sintomas, falta de preparo - inclusive psicológico - para a chegada dessa fase hormonal.

Por mais que se saiba que toda mulher vai passar por isso em algum momento, o tema parece ainda ser tabu. 
Tal qual a menstruação, parece que vem um peso sobre o termo e a situação em si. 

Menopausa não é doença, mas olha, minha opinião é que se não for dada a devida atenção a ela, ela pode fazer a mulher adoecer sim.
Ganho de peso, variação brusca de humor, instabilidade - e para nós, diabéticas, na glicemia já que a menopausa traz com ela a resistência à insulina
Ainda tem queda de cabelo, lapso de memória, uma inércia que pode deixar a mulher sem vontade de fazer nadinha, interferência na libido...
Isso tudo somado se transforma num desequilíbrio físico e mental enorme!

Os sintomas variam na forma como chegam e afetam cada mulher. 
Às vezes nenhum deles. Outras vezes, todos! 
Brandos ou com força total.
Podendo até mesmo ser confundidos com sintomas de depressão.

Sem o devido entendimento dessa fase e sem saber o que esperar, a mulher pode se afundar ‘apenas’ por não conseguir se reconhecer mais.

É fundamental que haja informação e esclarecimento sobre o que envolve a menopausa. 
Sobre como e quando pode começar, sobre como pode afetar. 

Importante também que os homens - maridos, companheiros, namorados, de ocasião ou mesmo amigos, irmãos, responsáveis e por aí vai - busquem entender sobre a menopausa sem medo e sem tabu, para saber que não é frescura ou mimimi, que não é escolha, que se trata de uma mudança hormonal que pode ser bem complexa na vida das mulheres. 

E se a menopausa por si só já chega com uma complexidade, quando a gente faz um extrato das mulheres com diabetes que estão na menopausa, a situação fica ainda mais longe da conversa!

O diabetes tipo 1, por muito tempo, foi nomeado como diabetes infanto-juvenil.
Lá em 2009, quando eu fui diagnosticada, eu logo descobri que nem estatística pra DM1 adulto tinha.
Não era comum.

Claro que a gente já tinha passado da época de cem anos atrás em que o único tratamento possível era a inanição.
Mas ainda assim, não havia expectativa de vida para crianças e jovens com diabetes tipo 1 que precisavam de inúmeras aplicações de insulina para sobreviver.

Se esse destino sombrio passou, se o tratamento evoluiu, se a tecnologia se tornou parceira da saúde, se as insulinas se tornaram mais eficazes, já passou da hora de entender que precisamos falar sobre o diabetes considerando todas as fases e mudanças que as pessoa - e as mulheres, particularmente - passam.

Hoje, com a terapia hormonal há quase seis meses, me sinto mais leve, mais organizada de novo. 
As glicemias respondendo melhor à insulina e o controle voltando.

Eu sei que isso não é uma constante, que tudo é ainda muito recente, que talvez eu precise de um ajuste na carga de hormônio da minha terapia ou até nas doses diárias de insulina - que de lá para cá já reduziram em relação à tudo que eu precisei aumentar por causa dos efeitos da menopausa.
Mas é um caminho com uma luz guiando... de verdade. 
E isso muda tudo! 

A maturidade é uma alegria, juro. 
A gente só precisa entender que as mudanças vão chegar e que é preciso encarar cada uma de frente.

Bora colocar a menopausa na roda!


Repitam comigo: menopausa.
De novo: menopausa!
Mais devagar: m e n o p a u s a !! 

Sem medo, sem tabu e sem estresse (porque senão, vira um estresse dos maiores!!).

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