Um 'destino' chamado insulina...
Hoje, a caminho de uma consulta com a minha dentista, ouvi duas mulheres conversando no metrô sobre uma conhecida que tem diabetes.
O papo foi basicamente "como ela está?", "está tomando quatro remédios", "mas insulina não, né?", "não, se entrar na insulina já era!"...
A conversa delas começou imediatamente no momento em que viram o libre no meu braço...
Em poucos segundos entraram no tema, falaram de uma terceira pessoa que nem estava ali e, por fim, terminaram sentenciando essa vida se ela viesse a precisar de insulina.
Eu não tive reação.
Travei!
E logo ouvi a porta abrindo na estação que eu tinha que descer.
Depois me arrependi de não ter tentando esclarecer o tema com aquelas mulheres.
Mas isso só deixa ainda mais claro o quanto se fala e se explica tão pouco sobre o diabetes, seus sintomas e os tratamentos possíveis para os diferentes tipos e diagnósticos.
Para começar, a gente tem que lembrar que insulina é um hormônio produzido no pâncreas para transportar a glicose pelas células no organismo.
No diabetes tipo 1, como o pâncreas deixa de produzir a tal da insulina, precisamos de alguma outra forma fazer com ela circule. Hoje, isso só acontece pela injeção, seja em canetas ou seringas, seja através das bombas de infusão.
É preciso parar de demonizar a insulina.
Temos que seguir no caminho de levar a educação em diabetes para os quatro cantos do mundo.
Isso é questão de saúde pública.
O medo ou a desinformação não podem ser um obstáculo no caminho do tratamento que, na verdade, salva vidas.
É preciso falar - muito! - sobre diabetes.
Não canso de repetir que se não sabe, em vez de criar histórias de terror que por tanto tempo assustaram, é só perguntar.
Vamos conversar.
Vamos esclarecer.
Só não sigam apontando e reproduzindo em modo automático o que sempre foi dito - de forma errada - por aí.
Quando eu fui diagnosticada eu também achava que se tivesse que tomar insulina era porque meu estado já era grave.
Eu não sabia nada, absolutamente nada. Nem que diabetes tipo 1 era uma condição diferente dos outros tipos de diabetes (que eu também não sabia que existiam).
Questionei. Estudei. Conversei. Busquei informações seguras.
E entendi que aquele enredo de pânico não era real quando se falava sobre o diabetes.
Diabetes "grave" ou “que não tem mais jeito” ou que “já era” é aquele em que a pessoa não tem acesso à tratamentos, médicos, esclarecimentos adequados.
Isso sim é pavoroso e deve ser combatido.
Por mais piegas que pareça, insulina não é o fim, mas o começo.
E todo mundo tem direito de saber e se sentir seguro com isso.
Exatamente! Tenho um parente na família com DM 1 desde 4 anos. Hoje tem 45. E meu pai, foi tipo 2. Bora esclarecer e viver!!!
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