Dia 1: seguimos! E para muito além do diagnóstico…

Eu já achei que fosse passar, já achei que com a insulina tudo ia se reverter de uma vez.
Também já achei que insulina era porque eu tinha um tipo grave.

Já achei que um corte no dedo seria o fator que levaria à uma amputação. 
Já achei...

Eu sou um clichê! 
Eu choro, eu rio, eu quero abraço, eu pego ranço, eu fico puta, eu tenho esperança.
Eu sinto. 
Sinto tudo.
Sinto muito. 

Muito o amor que emana pra mim.
Muito o apoio que vem sem eu nem pedir. 
E sinto muito também por quem não pode se cuidar como é de direito.
Sinto muito por não termos, ainda, uma educação em diabetes e o acesso de fato universal e igualitário a todos que convivem com essa condição. 

Do filme Palavras nas Paredes do Banheiro, os destaques que fazem sentido pra o tempo de diagóstico e de constante crescimento e aprendizado depois dele:

"É difícil não se sentir a doença quando você é tratado como ela"

"Você deve ter autonomia pra se tornar a pessoa que busca ser"

"É bom ser ouvido e não observado de vez em quando"

Esse ano completo 15 anos do diagnóstico que mudou a minha forma de ver e viver a vida.
Sem exagero. Me refiro à questão prática mesmo.
Minha atenção hoje vai para muito além de tudo que eu gosto e quero fazer… 
Antes de tudo, vem uma olhada na doçura e uma dose de insulina pra garantir o potinho de energia.

A carga emocional que vem junto com o diagnóstico de diabetes é enorme. 
Uma condição de saúde crônica leva a gente a se colocar em uma posição de responsável absoluto pelo sucesso na missão de viver bem.

Sim, viver bem com diabetes é possível, eu aprendi e sigo acreditando. 
Mas viver bem não significa ter sempre as glicemias lindas e dentro da meta. 

Saber o que fazer quando a glicemia pira também é viver bem com o diabetes. 
Aprendi que autocuidado não é só garantir glicemias 'boas', é saber o que fazer quando elas ficam 'ruins'.
Sem culpa, com foco e um tantinho de coragem. 

tenho medo 
tenho confiança 
tenho certeza de tudo. ou de absolutamente nada! 

Pra quem tá nesse mundo louco e de muitas oscilações, meu carinho, minha empatia e minha força pra seguirem - seguirmos! - sempre de cabeça erguida e acreditando, uma glicemia por vez.

E pra quem não tem o diagnóstico, vai com calma. 
Não julgue um livro pela capa, lembra? 
Não se assuste com o meu sensor. (nem tente pegar nele!)
Não se apavore com as minhas injeções ou os meus furos no dedo. 

Não me rotule. 
Diabética sim, mas sou - somos, cada um dos mais de 16 milhões de pessoas com diabetes no Brasil - muito além do diabetes. 






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