Dos dias que passaram aos novos dias que vão chegar…
Acho que o maior desafio que apareceu nesse meu caminho com diabetes tem sido, sem dúvida, o climatério.
Nunca tive tanta dificuldade em manter a glicemia estável desde o meu diagnóstico!
Controle de glicemia começa com monitorização e passa por decisões quase infinitas que vão definir a quantidade de insulina necessária: o que eu vou comer, o quanto de exercício eu fiz (ou não...), se eu tô gripada, cansada, se tem algo diferente ou fora do planejado acontecendo, se dormi pouco, se perdi a hora, se a basal foi ajustada (ou se precisa ser)...
Agora, além de tudo isso, estou tentando entender como meus hormônios estão trabalhando (ou não estão!) e como vão interferir na organização glicêmica diariamente com esse brinde climatérico de ter resistência à insulina.
Exames, várias rodadas de consulta com as minha médicas - a endócrino e a gineco - e uma reorganização que começa nas doses de insulina e chega aos hábitos no dia a dia (mais especificamente a inclusão da atividade física na rotina) e as coisas parecem estar voltando para o lugar.
A montanha-russa da doçura às vezes parece que passa pelo trem fantasma, faz um looping invertido e só depois é que encontra a saída para a luz!
Mas se de novo eu estou passando por uma mudança no corpo, de novo eu estou buscando aprender e lidar com isso de uma forma que eu não me torne inimiga desses hormônios.
Mas se de novo eu estou passando por uma mudança no corpo, de novo eu estou buscando aprender e lidar com isso de uma forma que eu não me torne inimiga desses hormônios.
Esse ano foi desafiador sim.
Quando você acha que domina a arte do controle glicêmico (tolinha…) vem uma pré-menopausa gritando “não é bem assim, fofa!”.
Brincadeiras à parte, é mais uma fase nesse game chamado diabetes.
E seguir em frente sempre vai ser a opção, bem nos embalos de ‘levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima’.
Esse ano foi uma loucura.
Reaprendi a lidar com a minha condição de saúde, me vi sendo desafiada por números que insistiam em me surpreender na tela do glicosímetro…
Mas também vi a Nina, o Pedro e a nossa Rima da Insulina voarem por esse Brasil.
Reencontrei pessoalmente com tantos queridos diabéticos que essa vida doce me trouxe.
Não me dediquei tanto quanto eu queria à esse Insulina Portátil, mas não deixei de acompanhar as conquistas de tanta gente incrível que se coloca por todos nós na luta pelo que é de direito.
A insulina subiu, o sensor também.
A paciência, por vezes, caiu.
Tantas consultas, tantas perguntas, tantos questionamentos!
E assim é: a vida e a vida com o diabetes.
Outro ano.
Novo ano!
Sem milagres.
Sem promessas inalcançáveis.
Vou daqui para o próximo com uma grande certeza que me acompanha há quase 15 anos, desde o dia um do diagnóstico: o diabetes não é uma sentença.
Riam.
Brinquem.
Leiam.
Viajem.
Dancem.
Descansem também, claro.
O diabetes não chega para fazer a gente travar o movimento.
Isso é o que a história contava há muitos e muitos anos…
E juntos a gente vem reinventando, dia após dia, essa nova forma de viver e unir forças.
Feliz dias novos.
Que o acesso ao que importa - seja tratamento, educação em saúde, insumos ou, principalmente, acolhimento, companheirismo e amor - seja sem limites!
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