Um Dia (Mundial do Diabetes) ainda é pouco!

Eu toco tamborim há 15 anos.
Eu me formei em engenharia elétrica há 23 anos.
Conclui a primeira pós graduação há 20.
Eu fiz intercâmbio há 29 anos.
E há (quase) 15 recebi o diagnóstico do diabetes tipo 1.

Um ano e meio depois, criei meu Insulina Portátil e comecei a dividir por aqui minha convivência com esse tal e tudo que a educação em diabetes vem me ensinando.

Um dia depois do outro, fui entendendo que o diabetes não ia mudar quem eu sou.

Eu sou a Juliana que sonha.
Que gargalha.
Que adora purpurina.
Que também sente raiva.
Que se emociona.
Que adora o mar.
Que relaxa no balanço da rede.
Que ama planejar uma viagem.
E que, agora, também sabe aplicar insulina até enquanto anda na rua.

O diabetes não me parou…
Depois que ele chegou, os anos seguiram passando e as minhas conquistas seguiram se somando!

Há 9, tive a honra de tocar pro mestre Milton Bituca Nascimento cantar.
Há 6, consegui meu registro de jornalista.
Ainda em 2009, poucos meses depois de ser diagnosticada, comecei a construir uma das maiores usinas hidrelétricas do país.
Há 5 anos, lancei meu primeiro livro.
E comecei minha quarta pós graduação há quatro meses.

Tudo isso aconteceu porque eu tive apoio, carinho, colo e acesso!
Tive acesso à uma endócrino humana, tive acesso à informação de qualidade e à muita educação em saúde.
Tive acesso à tratamento, alimentação adequada, suporte sem preconceito no trabalho.

Entre tantos “mas você pode fazer isso tendo diabetes?”, minha resposta sempre foi um sim seguro e esclarecedor, mostrando que o diabetes não limita a gente.
O que limita uma pessoa com diabetes é a falta do que é seu por direito.

Em 1921 Frederick Banting e Charles Best mudaram o mundo e a vida dos diabéticos com a criação da insulina injetável.
Em 2023 ainda tem gente que morre porque não consegue o mínimo para sobreviver ao diagnóstico.

E enquanto isso acontecer, nossa voz tem que gritar por aí no Dia Mundial do Diabetes e em todos os outros.
Enquanto houver uma pessoa que ainda acredite que diabetes significa o cruel “a gente vai morrer disso mesmo”, nossa luta precisa seguir.

Eu tenho diabetes e o diabetes não me limita.
O diabetes não é uma sentença e não pode se tornar uma pela falta que o básico faz.

É preciso falar - muito! - sobre o diabetes.


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