Pausa; recalcula a rota; continua.

Eu tô apegada nessa imagem desde que a Claire, uma ilustradora que também tem DM1e é incrível, publicou:

[para quem não conhece, eu super indico acompanhar as ilustras e as postagens dela: @_organising.chaos].

Na gramática, o ponto e vírgula é usado para dar uma ênfase maior de pausa... 
Apresenta o argumento, separa do seguinte. 

É tipo viver com diabetes:
Mede; analisa; aplica.
Respira.

Repete. 

Todo dia.

Ás vezes eu canso. 
Me dá preguiça e pensar quantas unidades de insulina vou precisar para o almoço ou para o lanche ou para o chocolate. 
Ou o quanto tenho que levar em conta da atividade física do dia. 
Ou como a gordura vai agir e em que momento ela deve começar a afetar a minha glicemia depois do lanche. 

Mas aí eu paro; penso; espero; lembro de tudo que eu já aprendi até aqui; revejo tudo que alcancei na minha saúde 'mesmo' com diabetes. 
Aí sim, volto pro eixo; e sigo.

Meço; analiso; aplico. 
Respiro.
Repito.

Todo dia. 

Todos os dias do ano. 
E esperando de mais um novembro que haja uma luz para tudo que falta garantir aos que convivem com a condição. 

Não dá para falar de tecnologia e avanços em insulina, sensores e bomba se ainda tem gente que nem consegue marcar uma consulta com um endocrinologista. 
Não dá para falar em responsabilidade e autocuidado, se ainda tem gente que nem sabe que a educação em diabetes deveria ser acessível e parte do tratamento de cada um diagnosticado com diabetes. 

Eu digo e acredito que o diabetes não é uma sentença. 
Mas se faltar acesso ao mínimo, ele vai se tornar uma sentença das piores possíveis. 

Há 102 anos saímos de um patamar em que pessoas com diabetes morriam porque o tratamento era unicamente a inanição. Vieram os testes de urina fervida, as pontas de dedo, o glicosímetro pequeno que cabe na bolsa e traz resultados em segundos, as insulinas injetáveis, as canetas, as agulhas miudinhas, as bombas de insulina - das enormes quase impossíveis de transportar por aí até as sem fio agora! 
Avançamos tanto!!
Tanto trabalho, tanta dedicação, tanto estudo pelo bem e pela qualidade da saúde das pessoas com diabetes para trazer à tona, ainda, as faltas que ainda acontecem e prejudicam quando alguém não recebe a insulina que tem direito ou mal consegue ter o diagnóstico correto para poder tratar a doença crônica que apareceu. 

Novamente meu desejo é que novembro venha abrindo mais espaço para a fala, para a prática, para o exemplo, para trazer o que é de direito nessa vida diabética. 

Enquanto for preciso, a luta será diária. 
Nem que a gente precise, vez ou outra, parar; esperar; retomar!



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