Crônicas do Isolamento -- Da falta que é fatal...
Já imaginou você precisar de um medicamento para sobreviver, não conseguir na farmácia popular por inúmeras burocracias, ter que pedir ajuda para conseguir comprar e depois saber que quase 1 milhão de canetas de insulina foi descartada pela gestão pública porque perdeu o prazo de validade?
Não sei nem nomear o sentimento que isso gera...
O diabetes não mata. o que mata é a falta de tratamento! Falta de insulina, de tiras teste para monitorar a glicemia, de educação, de médicos disponíveis.
Não sei nem nomear o sentimento que isso gera...
É de uma tristeza e um desdém tão grandes!
Insulina é hormônio que, quando não produzido ou produzido em doses insuficiente pelo organismo, precisa ser reposto. E fazemos isso com as injeções através de seringas, canetas ou mesmo com o uso das bombas de infusão contínua de insulina.
Cabe ao Ministério da Saúde fazer a correta gestão destes insumos para distribuição aos pacientes. Aí temos o primeiro obstáculo: eventualmente estão em falta porque a compra para renovação de estoque não foi feita a tempo.
Um outro problema é que para retirar estes insumos, o paciente precisa apresentar uma série de laudos e documentos médicos periodicamente nas unidades de saúde.
Mas e quando não tem médico disponível para consulta?
E quando o próprio médico não sabe como preencher os tais documentos?
Mas e quando não tem médico disponível para consulta?
E quando o próprio médico não sabe como preencher os tais documentos?
Aí as insulinas ficam lá paradas, enquanto as pessoas padecem com a glicemia descompensada porque não conseguiram acesso adequado à profissionais de saúde - o que também deveria ser garantido por direito.
Essa conta não fecha!
E se a burocracia persistir como ponto mais importante desse processo em detrimento ao cuidado e à atenção às pessoas, não adianta mudar protocolo de saúde, não adianta incluir insulinas mais modernas e eficazes no rol de medicamentos, não adianta lutar por novas tecnologias de saúde.
Diabetes é doença crônica que precisa de cuidado diário. A única forma de evitar as tão temidas complicações que podem aparecer quando não há o controle é dar acesso ao tratamento e à educação em diabetes.
É realmente revoltante ver esse descaso enorme.
E, para registro, não foram só as insulinas, não:
Se juntarmos a isso o risco que a pandemia trouxe para as pessoas que convivem com uma doença crônica ou rara, a situação fica ainda mais crítica!
O diabetes não mata. o que mata é a falta de tratamento! Falta de insulina, de tiras teste para monitorar a glicemia, de educação, de médicos disponíveis.
Os anos passam e a sensação que eu tenho é que tudo precisa ser falado de novo e de novo e de novo. Do zero, do comecinho.
Fica a dica: se não cuidarmos da saúde das pessoas, será preciso cuidar das doenças. E isso, prezados gestores e governantes, é bem mais caro!
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