Aquela ressaca de hipoglicemia...

Passa dia, passa tempo e tem uma coisa que não muda nessa convivência com o diabetes: a ressaca de uma hipoglicemia!

Já são quase 14 anos dividindo minha vida com a doçura do DM1 e a cada hipo que bate o corpo sente.
Pode ser das levinhas (65 ou 70 mg/dL) ou das grandes (de 60mg/dL para baixo), a sensação de cansaço é impressionante. 

Parece que as pernas pesam mais, que a cabeça incha, que o sangue ferve. 
- Nossa, que exagero... 
Não é não. Ainda mais quando a gente já está num momento de relaxamento e descanso. 

Ontem, já deitada na cama para dormir, decidi medir mais uma vez (já tinha checado após o jantar).
Estava tranquila, sem sentir nada e quando vi o resultado no glicosímetro levei um susto:


Em pouco tempo a glicemia despencou. 
Corri para pegar uma coca-cola na geladeira (aqui é o que resolve mais rápido e com menor esforço) e fiquei esperando - na força do ódio! - que tudo voltasse para o eixo.

Aquela hipoglicemia no momento de cansaço da noite misturado com a preguiça que vem na hora do sono me tirou do sério. Fiquei numa irritação só!

Acho que bate a 'realidade' de que, por mais que a gente faça tudo como deve ser, nem sempre a gente estará no comando. 

A interferência na glicemia vai muito além do açúcar, da gordura e dos carboidratos. 
Depende do humor, do estado de espírito, da condição da saúde (uma gripe já interfere nesse controle...), se dormiu bem. São muitas essas variáveis que interferem no resultado que a gente vai ver na tela do monitor quando mede a doçura. 

E aí, não há acúmulo de anos de diagnóstico que possa mudar este fato.
O que muda é que a gente aprende a cuidar mais, aprende a identificar sintomas e a reagir mais rápido e de forma mais eficaz (no meu caso, só falta aprender a ter mais paciência nessas situações!). 

Diabetes é assim. 
Cansa, inspira, dá raiva, orgulho, preguiça... 

Diabetes é trabalho diário, sem folga, sem férias, sem sossego. 
Mas não é e nunca deve sentida, vista ou entendida como uma condição que limita. 

O entendimento sobre a condição é sempre o melhor caminho (de novo, a educação em diabetes como base fundamental!!).
Pergunte. Questione. Entenda. Pergunte de novo. 

Se cuide. 
Se permita sentir. 
Se permita questionar. 
Essa ciência inexata do diabetes que chega sem pedir para entrar não é uma sentença.

A 'ressaca' da hipoglicemia passa.
E fica - sempre - o aprendizado.

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