Pra ser e acreditar...
Já é novembro. E a única coisa certa por aqui é que o cuidado com a doçura do diabetes se mantém em foco.
No mês de conscientização pelo diabetes, a vontade de sair prece maior! Ir para a rua, para os lugares de maior movimento, para o pátio do hospital, para as arquibancadas do estádio. Falar,
Dividir, dar as mãos! Estar junto e mostrar que a convivência com o diabetes pode sim ser mais leve e mais fluida. Que insulina é pelo nosso bem. Que educação em diabetes e contagem de carboidratos funcionam. Que não tem culpa, não tem peso.
A pandemia e o isolamento nos impedem de estar do lado de lá das paredes. Mas a vontade de compartilhar e de ouvir e de trocar não cessam!
O Dia Mundial do Diabetes, desse catorze de novembro, vem para ajudar a lembrar que a gente é muito maior que o diabetes. E que o diabetes não é uma sentença.
O diabetes - do meu tipo, do seu tipo - chega chegando! Chega sem pedir licença, chega sem avisar que vem. O susto e o medo chegam junto. E a maior ferramenta contra esse medo é a informação. Aprender e se envolver com a sua condição significa liberdade! Liberdade para buscar o melhor para sua saúde, liberdade para viver bem como deve ser, liberdade para seguir em frente e fazer tudo que você gosta de fazer.
Por aqui, o isolamento me fez deixar isso tudo de lado um pouco. Posterguei consulta, posterguei exames... Corri atrás do tempo e hoje estou aliviada depois da bateria de exames e de consulta com a endócrino e por ter conseguido sair da inércia incluindo as duas aulas de pilates semanais na rotina.
Hoje, pouco menos ansiosa, um pouco mais tranquila, também por já saber que máscara e isolamento tenham seu efeito positivo contra o vírus e, sem dúvida, por ter minha família bem e em segurança.
A saudade não passou, só aumentou. Mas o coração está mais calmo depois da tarde de encontro regada à muito riso e muito amor na casa da Mamy, como sempre fizemos. Era o que faltava nessa quarentena. Fomos e abraçamos. Com todos os cuidados, a decisão foi tomada em conjunto e pelo bem maior de cada um de nós. Que felicidade estar com eles! A glicemia ficou até mais estável... a dose de basal foi até reduzida!! Se é coincidência ou não, não sei afirmar. Só sei que, no pacote de educação em diabetes + informação + apoio de quem está em volta, eles são e sempre foram minha base, as minhas ‘insulinas portáteis’.
Diabetes é uma ciência inexata. Uma busca constante...
“...meu futuro parecia se estender diante de mim como uma estrada reta. E eu pensava que podia ver uma distância grande dessa estrada, muitos de seus marcos. Agora, surgiu uma curva nela. Não sei o que tem depois dessa curva, mas vou crer que tem o que há de melhor. Essa curva tem um fascínio próprio. Pergunto-me como é a estrada depois dela... o que há de glórias verdes e de tênues e acidentadas luzes e trevas... que paisagens novas... e que curvas e ladeiras e vales já mais à frente.”
Diabetes é assim. Do diagnóstico ao dia a dia. A cada glicemia medida. A cada resultado de exames. A cada consulta. A cada conquista. A cada novo aprendizado. Mas diabetes tem que ser companheira, e não obstáculo.
Saber conviver em paz com a condição é aceitar que existem todas essas curvas e luzes e trevas. E tudo bem!
Nas palavras de Anne {Anne de Green Gables / Lucy Montgomery}, a definição da vida transformada pela doença crônica se abranda. E é assim que eu penso sempre que deve ser.
Olhe pra frente. Planeje. Busque. Acredite. Conquiste!
E conte comigo. Em todos os novembros. E em todos os outros dias e meses que precisamos ter o cuidado e atenção destes novembros azuis.
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