Eu e a glicada, a glicada e eu...

Ah, essa relação de altos e baixos! E, finalmente, baixou.

Essa tal hemoglobina glicada (ou A1C) que não me deixa sossegada a cada exame que vou fazer, mesmo depois de 8 anos convivendo com o diabetes, representa a média de glicemia dos últimos 90 / 120 dias. O considerado ideal, para nós docinhos, é que esteja abaixo de 7%. Quando fui diagnosticada com DM1, minha hemoglobina glicada era 12,3% e eu não fazia ideia do que isso significava. Mas entendi que estava alta, muito alta!! Em um mês, com o tratamento, a insulinização, a dieta (radical, naquele momento, por mais um 'achismo' meu de que só assim daria resultado), fizeram com que ela caísse tão rápido.

Com o tempo, com a correria do trabalho e da vida, com a rotina de atividades físicas e, eventualmente, a falta dela, com a falta e atenção aos horários e, por aí vai, fiquei na faixa dos 7 e pouco por cento por um grande período. Não havia qualquer problema grave nisso, minha endócrino seguia me acompanhando periodicamente, observando os resultados de todos os exames que eu fazia e sempre me deu a garantia de que eu estava segura.Só que na minha visão e com a impaciência que estes 7 e pouco me traziam, eu precisava sair desta faixa.

Escolhi prestar mais atenção aos meus dias doces.
Passei a focar mais nos exercícios, a me entender melhor com a contagem de carboidratos e, usando o Libre, decidi aproveitar todos os recursos que ele me dava. As tendências de glicemia ao longo das horas, nas diversas medições, me diziam exatamente o que estava funcionando e o que eu ainda precisa ajustar. Os casos de hipoglicemia reduziram (quase não tem acontecido...).
Em fevereiro deste ano, o primeiro ponto foi alcançado: hemoglobina glicada = 6,9%! Comemoração total por aqui e a vontade de seguir na meta.

Ué, mas a meta não era ficar abaixo de 7%? Era! Mas sabe aquela história de "a gente atinge a meta e depois dobra a meta..."?
Ouvi recentemente o Dr. Leão Zagury dizer: "a hemoglobina glicada é o padrão ouro do controle".

Decidi que queria mais. Que se este resultado é um indicativo de um melhor controle glicêmico e, consequentemente, reduz os riscos de complicações futuras, eu ia continuar correndo atrás dele com afinco. Segui bem aplicada no meu pilates, monitorei a glicemia mais vezes durante o dia e principalmente antes de dormir, reavaliei correções de carboidratos. Nesse período, minha dose de Tresiba também foi reduzida em duas unidades.

Agora, em junho, novos exames realizados e a excelente surpresa: glicada = 6,5%!!!!
Tanta alegria! Uma sensação de recompensa, enquanto sigo firme com os pés no chão.

Conclusões?
Aprendizado e entendimento sobre a doçura não tem fim. Todo dia a gente aprende alguma coisa.
Conversar com o nosso médico e com outras pessoas que convivem com o diabetes também ajuda bastante. Uma troca de experiências agrega demais para o tratamento.

Recomendações?
Se cuidem. Conheçam os aspectos do diabetes. Se tiverem dúvidas, perguntem, questionem.
Quanto maior for o entendimento, melhor será o controle e maior a liberdade.
Para não esquecer: o diabetes não é uma sentença e a gente pode viver bem!





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