Um alerta contra a depressão e a relação com o diabetes...
Um tempo antes do meu diagnóstico, eu estava numa fase um pouco crítica no projeto que estava trabalhando. Apesar de adorar o projeto, algumas situações vinham me incomodando, fora o fato de estar viajando toda semana, às vezes dois ou três estados em 4 dias! Isso nunca foi um problema, na verdade. Sempre gostei dessa movimentação toda. O que estava me tirando do eixo eram atitudes que eu via com freqüência e, ao tentar combater, acabava me desgastando ao extremo.
Nessa correria toda, deixei de lado pequenas coisas do dia a dia que estavam aparecendo quase como um alerta. Entre elas, uma fominha constante, cansaço, perda de peso, várias paradas para fazer xixi (nunca fui assim)...
Num mundo ideal a gente deve deixar os problemas do trabalho no trabalho. Estas coisas interferem tanto no nosso humor, na nossa tranquilidade, que desestabilizam. E aí o corpo responde!
A minha resposta foi o diagnóstico de DM1.
- Uau! Então seu diabetes é emocional?
Não.
O diabetes tipo 1 ainda não tem uma causa específica. É uma doença autoimune que pode ser desencadeada por um vírus, uma bactéria e até por um estresse.
Por conta de toda essa historinha que eu contei, eu (EU; minha endócrino nunca afirmou nada neste sentido!) acredito que comigo a razão tenha sido emocional.
- Então, seu diabetes é emocional sim.
Não.
Tenho diabetes tipo 1. Doença crônica autoimune.
Uma vez diagnosticada, aprendi a aplicar injeção na minha pança, a furar meu dedinho e a entender o que o monitor estava me dizendo com aquele número na tela, organizei melhor minha alimentação e até incluí uma atividade física na minha rotina. Mas mesmo cumprindo esse montão de tarefas, tem momentos que a doçura me dá uma rasteira!
Uma chateação, um susto, a tal da TPM, uma gripe mais forte, pouco tempo de sono e lá se vão as boas glicemias. O controle fica mais complicado e isso incomoda, não nego. Bate até uma sensação de que estou fazendo tudo errado. Respiro fundo, repenso, ajusto a dosagem das insulinas, reorganizo a cabeça, lembro que vai passar e sigo em frente. A doçura não me limita!
Infelizmente, nem todo muito consegue encarar o diabetes assim.
As pessoas são diferentes e muita coisa pode ter influência na maneira como cada um encara uma condição de saúde que é séria. Sei disso e não critico. Mas também sei que isso pode acabar desencadeando uma outra questão séria: depressão.
Este ano o tema escolhido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para o Dia Mundial da Saúde - neste 7 de abril - foi a depressão, trazendo o lema 'Vamos Conversar': "Conversar abertamente sobre depressão é o primeiro passo para entender melhor o assunto e reduzir o estigma associado a ele. Assim, cada vez mais pessoas poderão procurar ajuda."
Segundo a OMS, a depressão é um "transtorno que pode afetar pessoas de qualquer idade em qualquer etapa da vida".
Os números mostram uma realidade que assusta e entristece:
- A estimativa atual é que há 350 milhões de pessoas afetadas pela depressão
- Cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano
- É a segunda principal causa de morte entre pessoas com idade entre 15 a 29 anos.
(Os dados são da própria Organização Mundial da Saúde)
"Embora existam tratamentos eficazes conhecidos para depressão, menos da metade dos afetados no mundo (em muitos países, menos de 10%) recebe tais tratamentos. Os obstáculos ao tratamento eficaz incluem a falta de recursos, a falta de profissionais treinados e o estigma social associado aos transtornos mentais. Outra barreira ao atendimento eficaz é a avaliação imprecisa. Em países de todos os níveis de renda, pessoas com depressão frequentemente não são diagnosticadas corretamente e outras que não têm o transtorno são muitas vezes diagnosticadas de forma inadequada."
Conforme colocado pela Associação Nacional de Atenção ao Diabetes (ANAD), é preciso dar atenção ao efeito que o eventual mau controle do diabetes pode ter em uma pessoa docinha: "Como a depressão crônica pode reduzir a adesão ao tratamento e piorar o controle glicêmico, há uma necessidade urgente de melhorar o diagnóstico clínico e o tratamento para minimizar o risco de complicações do diabetes no longo prazo e melhorar a qualidade de vida".
Conversar, não ter receio de ser julgado ou mal interpretado, falar sobre o que traz dúvidas ou medo, recorrer à família, aos amigos, a médicos especialistas... Nunca deixar de acreditar que é possível viver e ser feliz convivendo com o diabetes.
Nessa correria toda, deixei de lado pequenas coisas do dia a dia que estavam aparecendo quase como um alerta. Entre elas, uma fominha constante, cansaço, perda de peso, várias paradas para fazer xixi (nunca fui assim)...
Num mundo ideal a gente deve deixar os problemas do trabalho no trabalho. Estas coisas interferem tanto no nosso humor, na nossa tranquilidade, que desestabilizam. E aí o corpo responde!
A minha resposta foi o diagnóstico de DM1.
- Uau! Então seu diabetes é emocional?
Não.
O diabetes tipo 1 ainda não tem uma causa específica. É uma doença autoimune que pode ser desencadeada por um vírus, uma bactéria e até por um estresse.
Por conta de toda essa historinha que eu contei, eu (EU; minha endócrino nunca afirmou nada neste sentido!) acredito que comigo a razão tenha sido emocional.
- Então, seu diabetes é emocional sim.
Não.
Tenho diabetes tipo 1. Doença crônica autoimune.
Uma vez diagnosticada, aprendi a aplicar injeção na minha pança, a furar meu dedinho e a entender o que o monitor estava me dizendo com aquele número na tela, organizei melhor minha alimentação e até incluí uma atividade física na minha rotina. Mas mesmo cumprindo esse montão de tarefas, tem momentos que a doçura me dá uma rasteira!
Uma chateação, um susto, a tal da TPM, uma gripe mais forte, pouco tempo de sono e lá se vão as boas glicemias. O controle fica mais complicado e isso incomoda, não nego. Bate até uma sensação de que estou fazendo tudo errado. Respiro fundo, repenso, ajusto a dosagem das insulinas, reorganizo a cabeça, lembro que vai passar e sigo em frente. A doçura não me limita!
Infelizmente, nem todo muito consegue encarar o diabetes assim.
As pessoas são diferentes e muita coisa pode ter influência na maneira como cada um encara uma condição de saúde que é séria. Sei disso e não critico. Mas também sei que isso pode acabar desencadeando uma outra questão séria: depressão.
Este ano o tema escolhido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para o Dia Mundial da Saúde - neste 7 de abril - foi a depressão, trazendo o lema 'Vamos Conversar': "Conversar abertamente sobre depressão é o primeiro passo para entender melhor o assunto e reduzir o estigma associado a ele. Assim, cada vez mais pessoas poderão procurar ajuda."
Segundo a OMS, a depressão é um "transtorno que pode afetar pessoas de qualquer idade em qualquer etapa da vida".
Os números mostram uma realidade que assusta e entristece:
- A estimativa atual é que há 350 milhões de pessoas afetadas pela depressão
- Cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano
- É a segunda principal causa de morte entre pessoas com idade entre 15 a 29 anos.
(Os dados são da própria Organização Mundial da Saúde)
"Embora existam tratamentos eficazes conhecidos para depressão, menos da metade dos afetados no mundo (em muitos países, menos de 10%) recebe tais tratamentos. Os obstáculos ao tratamento eficaz incluem a falta de recursos, a falta de profissionais treinados e o estigma social associado aos transtornos mentais. Outra barreira ao atendimento eficaz é a avaliação imprecisa. Em países de todos os níveis de renda, pessoas com depressão frequentemente não são diagnosticadas corretamente e outras que não têm o transtorno são muitas vezes diagnosticadas de forma inadequada."
Conforme colocado pela Associação Nacional de Atenção ao Diabetes (ANAD), é preciso dar atenção ao efeito que o eventual mau controle do diabetes pode ter em uma pessoa docinha: "Como a depressão crônica pode reduzir a adesão ao tratamento e piorar o controle glicêmico, há uma necessidade urgente de melhorar o diagnóstico clínico e o tratamento para minimizar o risco de complicações do diabetes no longo prazo e melhorar a qualidade de vida".
Conversar, não ter receio de ser julgado ou mal interpretado, falar sobre o que traz dúvidas ou medo, recorrer à família, aos amigos, a médicos especialistas... Nunca deixar de acreditar que é possível viver e ser feliz convivendo com o diabetes.
Vale para os dois lados, seja para quem está preso à uma depressão ou para quem está vendo uma pessoa próxima demonstrar atitude ou comportamento que indique um quadro depressivo.
Busque ajuda. Busque ajudar.
Adorei o bate papo com Daniel em pleno Rio de Janeiro que amo tanto estarei te seguindo porque conviver com diabetes não é fácil.Abraço
ResponderExcluirObrigada, Vera! :)
ExcluirMuita saúde para você sempre. E pode não ser fácil as vezes, mas não esqueça que é possível!
Um abraço!