Como se fosse máquina...

Foco, foco, foco!
Foco??
Cadê?
Tem que medir a glicemia. Tem que fazer exercícios. Tem que tomar a vitamina D. E a B 12 também.
Tem Copa do Mundo, tem feriado, tem família.
Tem que revisar um Contrato. Ler um Relatório. Dois Contratos.
Tem aniversários de muitos queridos, tem palco.
Confirmar uma projeção. Três Contratos. Quantos mesmo??
Socorro!
"...Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro...
"
Acorda pássaro, está na hora do Pilates (sim, a volta do Pilates! Perto de casa e antes do trabalho, para não ter desculpa).
Mas aí acordou com hipoglicemia.
Como faz?! Não faz... com a glicemia baixa não pode fazer exercício.
Liga para o estúdio, remarca o recomeço.
"...Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
..."

Sábado? Hoje é sábado? Não, segunda.
Ok.
É que com tantos feriados (isso não é uma reclamação, não seria hipócrita em dizer que não curto mais tempo livre) me perco nos dias da semana de vez em quando.
E o problema é que um feriado quarta acaba virando sábado.
Ou domingo, porque a volta é quase uma segunda-feira.
E lá vai a glicemia flutuando.
E cadê o tal do foco mesmo?
"...Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
..."
Chega de flutuar.
Chega de descansar.
Eu tenho plena consciência de que o cuidado é fundamental.
Mais que isso: plena consciência do que fazer.
Mas ainda assim, 5 anos depois me dei ao luxo de relaxar.
De comer (nada de doces, mas os benditos carboidratos estão em cada garfada...), de beber.
E de não pedalar, nem caminhar, nem nadar.
Na verdade, acho que me dei ao luxo de testar como e até onde esse tal diabetes pode se fazer presente! E não me arrependo.
Não foi um desafio, mas um reconhecimento. A vontade de saber se o querido pâncreas ainda estava tão preguiçoso (por mais que eu tenha conhecimento e entendimento sobre o que causa o DM 1).
Não foi rebeldia e nem maluquice. Foi só um tempo. Uma folga.
Não para o DM, mas para mim.
Pés de volta ao chão...
"...Por esse pão pra comer, por esse chão prá dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir
..."
Ah: sorrir respirar existir.
Já lembrei onde está o foco!



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