Ei, doçura, vai pra onde??
Até uns dois anos atrás, o parâmetro mais seguro que nós tínhamos para avaliar se a doçura do diabetes estava sob controle era a hemoglobina glicada (o tal do HbA1c).
De uns tempos para cá, não devemos considerar a glicada como régua, porque ela pode ser um resultado 'falso' por trás de um número bonito.
Como a glicada mostra a média das variações de glicemia em um período de aproximadamente 90 dias, não fica claro se os registros foram de glicemias dentro dos parâmetros considerados "normais" ou se houve uma variação brusca que pode ser perigosa.
Exemplo prático: 110mg/dL de média pode ser um registro de pouca variação entre as glicemias medidas no período ou pode ser a variação entre glicemias 60mg/dL + 160mg/dL.
Por isso, atualmente o que vinha sendo adotado é o "time in range", ou seja, o tempo no alvo.
Tempo no alvo é a quantidade de tempo que você se mantém dentro da faixa de glicemia determinada individualmente pelo seu médico.
Pelo que vejo e acompanho de pessoas com diabetes nas redes, a maioria dos intervalos considerados vai de 70mg/dL à 180mg/dL...
A minha meta - desde o início do tratamento - foi estabelecida entre 70mg/dL e 140 mg/dL pela minha endócrino.
Sempre questionei a ela o porquê dessa diferença entre o que é usado no meu caso e o que vejo como prática em geral e, de acordo com o que ela explicou, 70mg/dL e 140 mg/dL é o alvo seguro para qualquer pessoa - com ou sem o diagnóstico de diabetes - ter em relação à variação glicêmica.
Ocorre que a medicina não é uma ciência estática e com a evolução de estudos e pesquisas, foi publicado em abril deste ano o resultado da pesquisa Diabetes Control and Complications Trial (DCCT - Pesquisa de Controle de Diabetes e Complicações, em tradução livre) na revista The Lancet Diabetes & Endocrinology indicando que intensificar o controle glicêmico é a melhor ferramenta para reduzir complicações microvasculares, recomendando, portanto, que o intervalo a ser considerado para medir e avaliar o tempo no alvo seja este de 70mg/dL e 140 mg/dL!
E aí, nessa missão, tem uma coisa que ajuda muito: as setas de tendência que os sensores de monitoramento mostram no visor.
Na prática, as setas indicam qual é a situação da sua glicemia: se estabilizou, se está subindo ou caindo.
Na prática, as setas indicam qual é a situação da sua glicemia: se estabilizou, se está subindo ou caindo.
Confesso que vez ou outra - geralmente quando a refeição é um pouco fora do meu habitual - levo um tempo para acreditar no que a seta está indicando… Mas isso é uma questão minha com o meu diabetes e o nosso entendimento diário!
O fato é que as setas de tendência colaboram para a gente entender para onde a glicemia está caminhando e, com isso, a definir qual ação precisa ser feita (quantidade de insulina, correção de hiper, reversão de uma hipo).
Atualmente, minha glicada está em 6,4% (exame de sangue feito há duas semanas) e meu tempo na meta está em 70%.
A variação dos hormônios com a menopausa me deixa, vez ou outra, mais instável e, mesmo já fazendo reposição hormonal há um ano e alguns meses, ainda me sinto insegura na relação da insulina com o meu organismo com essa bagunça toda.
De qualquer forma, tem uma coisa que não muda: o autocuidado e o monitoramento das glicemias são parte fundamental para um maior controle e um melhor tratamento:
Conhecer e entender os sinais do seu corpo
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Conhecer e entender os sinais do seu monitor de glicemia
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Conhecer e entender a educação em diabetes
Conhecer e entender a educação em diabetes
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Maior chance de melhorar o tempo no alvo e reduzir os riscos de desenvolver complicações do diabetes!
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