Sobre açúcar, cuidado e afeto...

Que saudade de um cinema! Cheiro de pipoca, a decisão pelo filme... sozinha ou acompanhada, sempre foi uma escolha para qualquer dia em que sobrasse um tempinho.
Agora, em casa, os filmes pelos canais por assinatura e online tem trazido algum momento de respiro frente às notícias de todo dia. Não tive coragem, ainda, de voltar às salas e às telonas...

Outra coisa que o tempo em casa tem me trazido é espaço a mais para colocar a leitura em ordem. Tenho muitos livros por aqui ainda esperando sua hora de sair das prateleiras...

Sim, amo livraria tanto quanto cinema! Imagina então a tentação de estar em um lugar que tenha os dois juntos? Chegava a ir bem antes da hora da sessão para poder passear pelos corredores paquerando os livros. Numa dessas, achei o livro 'Sem Açúcar, com Afeto', da Sônia Hirsch, meio solto, fora do lugar. Comprei e adorei.  Ele já estava incluído na biblioteca do IP e, depois, descobri que foi lançado um novo livro: 'Sem Açúcar, com + Afeto'.
Trata-se do mesmo livro originalmente publicado em 1984 e agora em terceira edição. 

Eles são livros de "ideias, receitas e dicas para lidar com o doce vício".

Não são publicações para quem tem diabetes ou especificamente sobre o diabetes, mas livros onde o personagem principal é o açúcar. A narração é como uma conversa, te faz parar e pensar nas diversas situações apresentadas.

Os dois começam com a história do açúcar: a importância para o desenvolvimento da economia, porque foi tão amplamente aceito...

Depois, a história remete ao 'conforto' que o açúcar parece trazer, que na prática - logo foi descoberto - era vício.
A permissividade de fazer do açúcar um bem de afeto. Um sabor que quase acalenta. 

É aí, exatamente em cima disso, que se desenvolvem os alertas que vêm depois:
"Em comparação a uma pessoa sadia, o diabético tem 25 vezes mais chance de ficar cego, 17 vezes mais problemas renais, 40 vezes mais tendência a gangrenas e amputações, 2 vezes mais propensão a problemas coronários".

E quando alguém protesta que não é possível viver sem o açúcar, a confirmação é clara no sentido de que é preciso avaliar a qualidade do que se é consumido:
"Não se pode viver é sem glicose, um tipo de açúcar produzido pelo organismo a partir de quase tudo que a gente come - cereais, legumes, verduras. Esse é o que dá energia".

O vício ou a comilança, qualquer que seja o 'ataque imediato' ao açúcar, pode ser compreendido como uma fuga, culpa, medo ou, como coloca Sonia Hirsch, "falta de um equilíbrio mais estável entre todas as pequenas partes que compõem uma vida". 

Não gosto de demonizar o açúcar. Longe de mim querer excluir do mundo o que me faz 'voltar' bem e plena de uma hipoglicemia. Mais: gosto de chocolate, de cheese cake, de bolo com café (este sim, sem açúcar!). 

Mas precisamos falar sobre isso:
"O jejum de glicose pode dar barato, mas também pode provocar um ataque de hipoglicemia com suor, palpitações e tremedeira, e aí o único jeito é proporcionar uma dose rápida de açúcar. Por outro lado, glicose demais no sangue faz o cérebro ficar saturado, lerdo, pesadão; deprime, emburrece, narcotiza".

Quem nunca passou pela falta ou pelo excesso de açúcar no sangue não vai entender o que isso quer dizer. 
O fato é que uma hipoglicemia deixa a gente meio fora do ar. Desequilibra fisicamente e mentalmente. A visão parece não ficar 'completa', falta foco e orientação. No caso de uma hiperglicemia, também consigo comprovar o fato: basta a glicose disparar 'para o alto e além' que o corpo pesa e vem a sensação de que todo o peso do mundo caiu em cima da gente. 

Aquele velha máxima de que q diferença entre o medicamente e o veneno é a dose, certo?!

Cabe mantermos atenção sempre com o que consumimos e com os sinais que o nosso corpo nos dá. 

Todo dia é dia de aprender. 
Todo dia é dia de cuidado. 

s vezes, o simples fato de você estar fazendo algo por você mesmo já é o início da cura"  

Vale para o açúcar, vale para as doses diárias de insulina. 
Sem excessos.
Pensem nisso, um dia de cada vez, todos os dias. 










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