Um casal, duas crianças. Eles, de mãos dadas, a pé; os pequenos na frente, cada um na sua bicicleta. Os quatro mascarados. Os quatro no calçadão, sem necessidade. Quadra de basquete do Aterro do Flamengo. Dois jovens. Sem máscara. Sem necessidade. No entorno, trabalhadores da Comlurb. Eles, essenciais; Os 'atletas', irresponsáveis. Uma profissional que, eu imagino, seja da área médica: coberta com macacão, rosto protegido com máscara. Saindo de um prédio, deve ter ido prestar algum atendimento domiciliar, levando conforto e cuidado a quem precisa. Ela, correta. Ela, essencial. Os outros, circulando a passeio e sem se preocupar com o próximo, egoístas. A categoria dos egoístas anda crescendo. Me entristece um tanto perceber essa verdade. Eu também adoraria andar livremente em um dia de sol, como se fosse só mais um dia comum. Só que não é. Quando o comum é o noticiário sangrando pela tragédia que se espalhou no mundo, ver o egoísmo enraizado dá um aperto enorme no peit
Este foi um final de semana de diferentes emoções. Depois de quatro meses dentro do meu quadrado, saí. Uma mistura de sensações: de um lado, a alegria por poder respirar do lado de lá da minha janela; do outro, a agonia em perceber que, por um bom tempo, máscara e distância vão ser o combo desse tal novo normal. Sábado decidimos dar uma volta de bike. Rafa pilotando, eu na carona. Seguimos para o Aterro do Flamengo. Caminhei por um tempo nos trechos mais vazios, só não tive coragem de andar encarando os espaços cheios. Gente curtindo sol na grama longe dos outros, gente aglomerada no bar, gente fazendo exercício com o cuidado em se manter longe e protegido pela máscara, gente que virou atleta de ocasião sem máscara e sem fôlego... Gente, muita gente! Eu vinha acompanhando pelas fotos nos jornais entre uma liberação e outra do prefeito que a praias, os restaurantes e os espaços estavam cheios. Ver a olho nu que a gente está numa cidade que não tem controle, não tem direção e não tem p
Telefone toca. Na tela: 136. Opa, já sei: Ministério da Saúde. Acompanhando algumas notícias sobre a pandemia (faço questão de não ficar mergulhada nos noticiários, para não pirar), eu sabia destas ligações que o Ministério da Saúde vem fazendo para monitorar casos suspeitos do Covid-19 . "Esta é uma gravação. Confirme se você está disposto a participar". Com perguntas prontas e respostas simples - sim ou não - é possível passar uma visão acerca da condição de saúde de quem está desse lado da linha. - Você está com febre e tosse? - Você está com febre e dor de garganta? - Você está com febre e falta de ar? Não, não, não. "Você não está em situação de risco". Antes de finalizar a ligação, dicas de cuidados para prevenção: se possível, fique em casa; evite aglomerações; se tossir, cubra a boca com as mãos ou o cotovelo; lave as mãos com água e sabão o, caso não tenha, limpe com álcool gel. São menos de 2 minutos que podem fazer a diferença para nós
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