Um diagnóstico e 16 anos de um caminho das minhas tantas Julianas...
Lá se vão 16 anos daquele dia que eu achei que a minha endócrino só poderia estar fora do juízo para dizer que o que eu tinha era diabetes tipo 1.
Tanta coisa aconteceu desde então!
Menos, muito menos, do que eu tinha medo pela total falta de entendimento da condição.
Mais, muito mais, por ter tido acesso e ter decidido seguir pela longa e infinita estrada da educação em diabetes.
Posso afirmar que eu jamais imaginei, naquele dia do diagnóstico, que uma doença crônica fosse me ampliar ainda mais o caminhar pelo mundo.
O diabetes não me tirou a Juliana engenheira, a Juliana viajante, a Juliana carnavalesca...
O diabetes, ao contrário, me fez conhecer a Juliana jornalista, a Juliana educadora, a Juliana escritora.
O diabetes, ao contrário, me fez conhecer a Juliana jornalista, a Juliana educadora, a Juliana escritora.
Cabe um parêntese aqui: isso não é sobre romantizar o diabetes e nem o que é acordar e dormir todo dia com uma doença séria e que precisa de atenção a todo momento.
No fundo, acho que é sobre reconhecer o que aconteceu e seguiu depois - e apesar - do diabetes.
Como eu já disse por aqui algumas vezes, o meu pânico com o diagnóstico - para além de todas as complicações que a gente tanto ouve falar e de início não sabe como acontece e que estão diretamente atreladas à falta de atendimento, informação e insumos necessários - era perder a minha liberdade e a minha independência.
Se eu pudesse escolher, eu não teria uma doença crônica à tira-colo o tempo todo, demandando cuidado, um monte de conta até para comer, um monte de agulhada, furo no dedo, na pança, no braço...
Só que o diabetes chegou e no que eu pude escolher, eu escolhi seguir vivendo, buscando adequar minha rotina e meus planos à minha nova verdade.
Nem sempre é fácil, nem sempre eu estou com a paciência necessária para lidar com o diabetes, nem sempre eu lembro de comprar insulina ou sensor ou tirinha ou lanceta a tempo, nem sempre eu estou disposta a ver o resultado da glicemia no monitor.
E tudo bem, porque são 16 anos!
São mais de 5.840 dias tendo a Juliana diabética como uma nova versão entre as minhas tantas.
Pois que eu tenha sabedoria para manter - agora, com menopausa e tudo! - o diabetes como algo que não me define de forma absoluta, mas me complementa dentro da maturidade e sabedoria que o passar dos anos carregam.
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