Avaliar, validar, sentir... o que for!

O mundo está ao contrário e eu tenho certeza que não tem mais essa opção de que ninguém reparou!

Médica que se apresenta como a especialista máxima e não sabe diferenciar diabetes tipo 1 e diabetes 2, famosinha da vez por causa de treta em voo, "influenciador/a" que está preocupado/a com cifras e não se incomoda em pensar em um caminho correto ou até mesmo - um sonho! - em propósito, PM jogando gente da ponte, racismo, feminicídio, xenofobia, preconceito se alastrando que nem peste... 

Por aqui, sem espaço pra esse papo de "como posso ter sido triste em 2024 se...".
Inclusive, penso que jogar isso nas redes mostrando só o que deu certo (se é que deu mesmo, porque hoje a gente sabe que a imagem é criada, alterada, montada para um cenário que nem sempre é real) pode levar a uma situação de encolhimento e vergonha de pessoas que não tiveram a mesma sorte ou o mesmo espaço de alegria nos dias do calendário. 

Sou a favor de celebrar cada mínima conquista, afinal cada um é que verdadeiramente sabe o quanto lutou e precisou "ralar" para conquistar o que estava buscando realizar. 
E não sou dessas que não gosta de postar ou que esconde algo que tem motivos pra comemorar não... celebração, na minha visão, é pra dividir com quem torce pela gente. 
Só acho perigoso fingir que tristeza não existe. 

Geralmente, ouvimos que tudo passa. 
Essa é uma das maiores verdades. 
E assim como a tristeza, a alegria nem sempre dura para sempre. 
Mas parece que estamos sendo hipnotizados para fingir que só o que é celebrável importa. 

Calma aí, meu povo! 
Bora aprender a lidar com a frustração, com a decepção.
Infelizmente isso acontece. E é uma merda, daquelas bem grandes tipo frasco de insulina recém aberto que cai no chão e quebra. 
Mas acontece sim e se a gente entrar num fingimento vai dar muito ruim. 

Grita, xinga, reclama. 
O que não pode é reprimir. 
Menos ainda tacar um filtro e embaçar a situação porque ela não tá bonita como pintam por aí que deveria ser. 

Este ano eu completei 15 anos do meu diagnóstico do diabetes. 
Até aqui, sem qualquer complicação direta causada pela condição (e agradeço muito por ter uma médica que foi parceira desde o início e me deu conhecimento e autonomia para me cuidar corretamente). 
Poréééém, foi um dos anos em que eu mais tive esquisitice na vida!

Além da menopausa que chegou chegando e deixou a glicemia doidinha, eu tive virose, gripe, falta de ar, dor no peito, conjuntivite, crise alérgica... uma loucura! 
Ao longo desse 2024 eu usei a emergência médica mais do que nos últimos 5 anos juntos, com certeza. 

Isso me deu uma canseira!!
Mesmo assim, em momento algum dessa loucura toda aí eu pensei em disfarçar o que estava se passando. 
Sumi do blog e do Instagram quando foi preciso. 
Deixei o espaço para me cuidar, reestabelecer a minha saúde e me dedicar ao que - em outros momentos - era o que eu queria. 

O trabalho não vai bem e, na margem oposta, a escrita vai sim muito bem, obrigada!
Me dediquei mais do que previa e colhi alguns frutos bem docinhos. 
E aí, o diabetes - nas redes - por alguns momentos deixou de ser minha prioridade. 
(no dia a dia, jamais!)

Quando junto tudo isso numa equação grandona, o resultado não é o que eu esperava. 
Me abalei, me senti triste, perdida. 
A única coisa que eu não fiz foi fingir que estava tudo sempre lindo e bem. 

Fácil não foi.
Queria ter sido mais paciente, mais calma, menos intempestiva.
Não deu. 
Reconheço e a partir daí vou procurando recalcular a rota.

Agora, respiro fundo e vou no rumo desse mês 12 para encerrar o ano um dia por vez.
Sem disfarce! E, principalmente, sem medo de me colocar por aí de cara - e coração - limpos, pra sentir toda e qualquer emoção.
















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