~ no meio do caminho tinha um diabetes... tinha um diabetes no meio do caminho! ~
Tem dias que parece que eu fico muito, mas muito mais diabética!
Enquanto essas ideias são sonho e desejo, me apego ao meu sensor com alarme de altas e baixas e até com a tal insulina semanal que mesmo antes de chegar às mãos de tantos como nós já promete revolucionar.
Tudo dá errado. Contagem em excesso para correção dos carboidratos, hipo, hiper, hipo de novo, hiper de novo...
{essas cobrinhas fanfarronas aí são retratos das minhas glicemias em alguns dias...}
O corpo - assim como a glicemia - sente.
Fica pesado, cansado.
É uma exaustão. A sensação de ter passado o dia todo andando de um lado para o outro para resolver todos os problemas do mundo sem conseguir resolver nenhum.
Uma vontade de tomar um montão de insulina logo pra ver se garantia o que eu precisava e pronto.
Preguiça de medir (mesmo com o sensor!), preguiça de aplicar insulina.
Aquele pensamento que as vezes bate de “vou deixar rolar e f%d@-s&”!!
Na prática não é assim.
E não, eu não deixo rolar.
Até porque, depois de 15 anos convivendo com esse tal, sei que se eu faço isso entro num pânico e num arrependimento que não vale a pena.
Mas tem dias que realmente o diabetes parece que me dá uma surra...
Quando isso acontece, eu penso ainda mais nas soluções mirabolantes que a minha cabeça cria.
Uma insulina em spray que a gente espirra no prato de comida, na sobremesa da vez ou naquele sanduba delicinha e tudo se resolve...
Uma água insulinizada que a gente bebe e ela milagrosamente resolve os picos de glicemia que estão perturbando...
Enquanto essas ideias são sonho e desejo, me apego ao meu sensor com alarme de altas e baixas e até com a tal insulina semanal que mesmo antes de chegar às mãos de tantos como nós já promete revolucionar.
E me lembro de um trecho do livro 'O Paraíso são os Outros', do sensacional e delicado Valter Hugo Mãe: "A tristeza a gente respeita e deita fora. A tristeza a gente respeita e, na primeira oportunidade, deita fora. É como algo descartável. Precisamos de usar mas não é bom ficar guardada".
Não é puramente um caso de tristeza nesses dias de diabetes mais intensos, mas faço um paralelo à proposta de usar o que precisa - seja a tristeza, seja a exaustão de ver o controle da doçura fora de controle! - e depois "deitar fora".
Pego esses dias e reavalio o que está causando tantas variações glicêmicas, tanta preguiça de fazer o 'básico' de sempre.
Em cima do resultado, reajusto a rota.
Em cima do resultado, reajusto a rota.
Depois, 'deito fora' o que passou e fico com o aprendizado que me trouxe.
E longe de mim querer transformar um processo complexo como é o tratamento e gestão do diabetes em uma situação simplista e de ações pontuais.
Mas é com base nos meus resultados, nos meus dias e no que pode interferir em mim e neles que eu retomo o caminho.
Mas é com base nos meus resultados, nos meus dias e no que pode interferir em mim e neles que eu retomo o caminho.
Não adianta a gente querer se comparar com outros dos nossos de glicemias lindas e sem flutuação, de doçura sempre na meta, de alimentação bonita que nem foto de restaurante fit, de ser pessoa quase atleta exemplar que não deixa de malhar nem um dia.
Como diz a minha mãe, eu não sou todo mundo!
Cada um tem seus próprios desafios e assim nós é que nos sabemos e sentimos no intervalo de possibilidade e incômodos que a vida traz.
Que haja calma e paciência (olha eu, a com menos paciência do universo, pedindo por ela...) para lidar com essas situações que pegam a gente de jeito.
Acima de tudo, que haja clareza para lembrar que esse dia 'muito diabético' vai passar!
Força na insulina!!
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