Feita de insulina... e purpurina!

Dizem por aí que o Carnaval acabou... 
No fundo, acho que nunca acaba! 

A purpurina segue brilhando pela casa, pelo corpo, pelas fantasias mesmo depois de lavadas. 
A memória do que foi, mais uma vez, vivido, também permanece por um tanto de tempo. Esse eu acho que não sei nem medir. 

Do mesmo jeito, o Carnaval para quem é mesmo da folia começa bem antes. 
Na ideia pulando da cabeça para o armário e para a busca de tecidos e acessórios que vão montar a personagem da vez. 
Nos ensaios que já vão dando o gostinho do que será a temporada de batucada.
No planejamento da lista de mercado e dos insumos da doçura, para manter o corpo saciado e a glicemia bem cuidada. 

Por aqui, Carnaval é sempre uma potência, uma inteireza!
Muito brilho, muita diversão, muito riso, muito batuque, muita gente. 
E eu adoro. 
Adoro a invenção das fantasias em grupo, adoro poder sentir esses dias de Momo com toda a intensidade que é devida. 
Viver bem o Carnaval. 
Viver só o Carnaval. 

- E o diabetes? 
O diabetes vai junto! 
O diabetes é meu. O diabetes também sou eu. 

E, para quem me acompanha por aqui há mais tempo, esse era um dos meus maiores medos quando fui diagnosticada: não poder mais carnavalizar. 

Mas como tudo na vida foi uma questão de tempo, de aprendizado e de dedicação. 
Eu saio munida de glicosímetro e insulina.
Eu saio acompanhada de mel e de um lanchinho para garantir as horas e horas no meio do bloco. 
Eu saio praticamente escoltada pelo meu amor e pelos meus amigos que sabem da minha condição e cuidam sempre, perguntando se eu já medi, se eu já comi, se eu preciso de alguma coisa. 

Carnaval, como sempre, provando que é coletivo e só funciona porque é coletivo!

Se tem uma coisa que eu não abro mão - além da purpurina! - é de cuidar da minha doçura.
Sem qualquer vergonha, sem qualquer receio de julgamento, sem qualquer medo de passar por alguma situação de preconceito, seja onde for. 

Meço a glicemia no sensor, dou uma checada na ponta de dedo, aplico a minha insulina e sigo ganhando a Avenida. 


Um ano depois do outro... 
Um Carnaval depois do outro. 

Como bem cantam Carlinhos Brown, Arnaldo Antunes e Marisa Monte, "vamos pra Avenida, desfilar a vida, carnavalizar".
É exatamente essa a sensação que eu tenho no Carnaval: desfilar a vida!
Todo mundo deveria experimentar isso um dia.
Não dá para explicar, só da para sentir.
A gargalhada solta, a surpresa com as fantasias, os abraços de celebração, o amor que se espalha e se expande. 

Vão o sensor e o tênis…

Fica a felicidade plena de estar na liberdade da folia e pronto.

Assim foi…
Na TV e no palco.
Pelas ruas e blocos.







E eu só agradeço.
Viva o Carnaval! 
Viva a educação em diabetes!!! 
Acreditem, esse é o MELHOR caminho. 

Que sempre haja motivo para comemorar e celebrar. 

Na folia.
Na vida…
E no diabetes também!




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