Dia Mundial do Diabetes: nosso direito a um futuro saudável.

- 1 em cada 10 mulheres está vivendo com diabetes (cerca de 199 milhões de mulheres)
- 9ª causa de morte de mulheres: 2,1 milhões de mortes por ano
- 1 caso de diabetes gestacional a cada 7 mulheres

Estes dados são da Federação Internacional de Diabetes (IDF), relacionados ao panorama atual do diabetes no mundo.
Por causa desses números - que parecem surreais, mas são absolutamente verdadeiros, este ano a IDF promove a importância do tratamento acessível e equitativo para todas as mulheres em risco: medicamentos, tecnologias, educação visando o autocuidado, garantia de melhor controle e trabalho eficaz de prevenção para o diabetes tipo 2.

De acordo com a Resolução das Nações Unidas sobre o Diabetes, é imperativo que as nações "reconheçam a necessidade urgente de realizar esforços multi-laterais para promover e melhorar a saúde humana, providenciar acesso a tratamentos e educação em saúde".

Ainda, a ONU "convida todos os estados membro, organizações relevantes das nações unidas, outras organizações internacionais, assim como a sociedade civil, incluindo organizações não governamentais e o setor privado, a observar o Dia Mundial do Diabetes de maneira apropriada, de modo a aumentar a conscientização acerca do diabetes e as complicações relacionadas, assim como da prevenção e cuidado...".

A situação das pessoas com diabetes no Brasil, atualmente, é grave e preocupa.
As unidades básicas de saúde e o SUS não conseguem garantir a entrega dos insumos vitais para a sobrevivência, o controle da condição fica totalmente prejudicado e muitos dependem de doações - seja de insulinas e insumos, seja de dinheiro - para manter os tratamentos. Por outro lado, laboratórios não tem conseguido manter uma constância na disponibilidade de insulinas, sensores ou agulhas nas farmácias. Por diversas vezes este ano, eu mesma dei com a cara na porta procurando as minhas insulinas e as minhas agulhas, por exemplo. Isso sem deixar de lado o preço, que varia a cada mês.

Saber que o diabetes é uma doença passível de controle mas que as pessoas estão em risco porque não conseguem seguir com o tratamento é pavoroso! Chega a ser cruel ainda ouvir falar do desenvolvimento de complicações graves ou até de fatalidade por falta de acesso ao mínimo para o autocuidado.

A Resolução das Nações Unidas propõe que "os estados membro desenvolvam políticas nacionais para prevenção, tratamento e cuidado do diabetes, em linha com o desenvolvimento sustentável dos sistemas de saúde...".

Para este Dia Mundial do Diabetes, eu desejo que os governantes parem e pensem na consequências dos atos irresponsáveis e levianos, que interferem diretamente na vida da sociedade.
A saúde do nosso país está falida! O abandono é visto nos hospitais, nos atendimentos, na falta de conhecimento dos profissionais de saúde, na falta de cuidado com o próximo, a falta de agulhas, de insulinas, de tiras para testes de glicemia.

Quando fazemos um destaque para as mulheres, o foco maior da campanha mundial este ano, ainda é preciso colocar na conta o fato de que muitas delas são as mantenedoras da casa, dos filhos, da família e por isso chegam a abrir mão dos seus cuidados, por falta de tempo, de recurso e de opção.
E aí vem mais um dado da IDF que assusta: mulheres com diabetes tipo 2 correm 10 vezes mais risco de desenvolver doença cardíaca do que mulheres que não tenham a condição.

Eu tenho a consciência de que é possível viver bem com o diabetes, mas também tenho a consciência de que isso só acontece quando temos acesso ao tratamento vital, todos os dias.

Que a saúde não seja só mais uma conta aleatória dentro da planilha dos orçamentos públicos. Que o respeito que se perdeu há tempos seja retomado, prezando pela preservação da vida, e não do 'caixa' dos Governos.

14/11, Dia Mundial do Diabetes.
Pelo respeito.
Pela saúde.
Por cada um dos 14 milhões que vivem com o diabetes no Brasil.



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