Para transformar e propagar o conhecimento...

Há quase 8 anos eu me apresentei para as redes através do meu Insulina Portátil. A cada dia, desde então, eu procuro entender um pouquinho mais sobre o diabetes, sobre como ele interfere - ou não - na minha vida e sobre como traduzir o meu aprendizado em informação para outras pessoas que convivem com a condição.

Desde o meu diagnóstico, muita coisa mudou.
Minha insulina, meu glicosímetro, meu trabalho...

Hoje, além do blog, eu me dedico a traduzir as notícias sobre a doçura em uma linguagem de mais fácil compreensão também na Revista EmDiabetes.
E, por causa disso, tive a chance de participar do I Workshop Diabetes para Jornalistas e Influenciadores como paciente e profissional!!

Direitos, controle, tratamentos, tecnologia...

Hipoglicemia, carboidratos, basal, bôlus... 
Um monte de assuntos, um monte de termos, tanto sentido! 

Foram dois dias de discussões, de troca, de conhecimento adquirido e dividido, de encontros, abraços e reconhecimento.
A chance de ampliar a visão acerca da condição, ouvindo de quem convive na prática com ela, sejam profissionais de saúde ou essa gente doce que a cada dia opta por seguir em frente mesmo quando o controle parece dar uma rasteira.


O evento coordenado pela Associação de Diabetes Brasil (ADJ). O primeiro dia foi dedicado aos jornalistas...

...o segundo, aos blogueiros.

Em um momento em que muitas pessoas com diabetes não tem acesso à atendimentos médicos, tratamentos, insumos, insulinas, educação e informação, é preciso ser ainda mais cuidadoso com o que se publica. Receber a notícia de que passamos a ter como companheira uma doença que não tem cura pode ser devastador se não tivermos o entendimento certo sobre o que está acontecendo e o que precisará ser feito a partir e então.

Matérias sensacionalistas e notícias falsas ainda estampam matérias de jornal e, com a velocidade em que as notícias se propagam através da grande rede 'internética', acabam atingindo alguém de maneira errônea. Uma atitude posterior em função de milagres e 'poções' mágicas oferecidos sem pudor pode ter consequências muito sérias e, até, irreversíveis.

Nós somos responsáveis pelo que escrevemos e publicamos e isso serve para jornalistas ou influenciadores. Devemos sempre ser criteriosos e corretos, acima de tudo. Mesmo que não tenha sido imposto, nós temos o papel de ajudar a propagar informações úteis e que possam fazer diferença - positiva - na vida de cada docinho! Cuidar do diabetes sem entender o que é esse tal é bem mais difícil.

Nós, pessoas com diabetes, cada vez que dividimos a nossa experiência ensinamos alguma coisa a alguém. Só não podemos esquecer que é imprescindível divulgar informações verdadeiras e sempre lembrar que o que vale para a gente pode não funcionar para o outro. 

Destaco o que foi colocado pela Dra. Hermelinda Pedrosa (presidente em exercício da Sociedade Brasileira de Diabetes): "Os tratamentos e parâmetros de controle devem sempre ser individualizados: idosos, crianças, se tem outras condições de saúde... Tudo isso deve ser considerado quando se determinam o tratamento e os alvos de cada paciente".


Uma única crítica (não ao evento, que fique claro): uma médica se referiu a nós, pessoas com diabéticas, como 'não saudáveis'. O ponto era o resultado de uma pesquisa que apresentava comparações e resultados entre pessoas saudáveis - sem a condição - e as não saudáveis, que convivem com o DM.
Por mais que eu saiba que é ‘praxe’ médicos se referirem assim a quem tem diabetes, eu acho que está na hora de mudar. Quem garante que eu não seja mais saudável que uma pessoa que não tenha o diagnóstico??

Enfim...
Na minha experiencia como paciente recém diagnosticada, há quase dez anos, sem noção de nada e sem conseguir absorver o que tinha sido dito na primeira consulta, entendo mais ainda a importância da qualidade e da veracidade das informações publicadas e divulgadas, seja por blogueiros e influenciadores, seja por jornais e revistas. 

Por isso, assumo mais uma vez o compromisso de prezar pela honestidade e pelo trabalho de qualidade, com pesquisas e confirmação de informações e dados. Acima de tudo, o compromisso de ser transparente sobre a minha própria vivência com a condição. Errando a gente também aprende e com o controle da doçura não seria diferente. 



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